Alianças

Ao se filiar ao PL, Bolsonaro agradece 'confiança' de Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão

Presidente disse ter 'orgulho' de entrar em partido, que faz parte do Centrão

BolsonaroBolsonaro - Foto: Alan Santos/PR

Ao se filiar ao PL, nesta terça-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro agradeceu a "confiança" do presidente do partido, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do esquema do mensalão.

Bolsonaro disse ter "orgulho" de fazer parte da legenda, que integra o Centrão, bloco que ele criticava durante a campanha presidencial.

“Motivo de orgulho muito grande estar aqui, satisfação. Agradeço a confiança que Valdemar Costa Neto depositou em mim, me acolhendo agora para fazer parte do seu partido”, afirmou.

O presidente também disse que "nenhum partido será esquecido por nós", em aceno a outras legendas da base. 

Em outro momento, Bolsonaro citou partidos com os quais negociou, como o PP e o Republicanos, representados no evento pelos seus presidentes, o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) e o deputado federal Marcos Pereira (SP), respectivamente.


Bolsonaro afirmou que a decisão sobre qual partido se filiar "não foi fácil", mas disse que todos serão uma "família".

“Eu vim do PP, Partido Progressista. E confesso, prezado Valdemar, a decisão não foi fácil. Até mesmo Marcos Pereira, conversei muito com ele. Como outros parlamentares também. E uma filiação é como casamento. Não seremos marido e mulher. Seremos uma família. Mas vocês todos fazem parte da nossa família.”

Bolsonaro citou a articulação de Nogueira para leva-lo ao PP e disse que a disputa mostrou que ele e seus correligionários são "queridos". 

“Ciro, do meu lado, não foi fácil essa decisão. Sempre tentando puxar a brasa para sua sardinha. Obviamente isso nos deixa bastante feliz porque sinal que nós somos queridos.”

Discursando após seu pai, o senador Flávio Bolsonaro, que também se filiou ao PL, assumiu o papel de atacar dois prováveis adversários eleitorais de Bolsonaro: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamado por ele de "ladrão de nove dedos", e o ex-ministro Sergio Moro (Podemos), chamado de "traidor". 

“Nós, juntos, vamos vencer o vírus, vamos vencer qualquer traidor e vamos vencer qualquer ladrão de nove dedos, pelo bem do nosso Brasil.” 

Já Costa Neto fez um discurso elogiando o que chamou de "conquistas" do governo federal, como o Auxílio Brasil, marco legal do saneamento e o leilão do 5G.

“Nesse momento em que o PL recebe a grande figura política do País, é fundamental ressaltarmos as grandes conquistas que esse governo já garantiu para o nosso povo. Sabemos que ainda há muito o que fazer, mas o governo Bolsonaro criou o Auxílio Brasil, o maior programa de proteção social do mundo”, discursou Costa Neto, citando depois outras medidas do governo.

Ao negociar a filiação, Bolsonaro pediu que o evento fosse discreto. Queria evitar críticas de sua base mais radical à aliança com Valdemar Costa Neto. 

A militância bolsonarista não se mobilizou em peso para o evento, mas algumas dezenas de pessoas foram assistir ao discurso do presidente. A maioria vestidas com a camiseta da ministra Flávia Arruda, do Distrito Federal.

 

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