Após agredir mulher cis em bar ao confundi-la com trans, homem é preso preventivamente pela polícia
Antônio Fellipe Rodrigues Salmento de Sá se entregou espontaneamente na delegacia, por já prever mandado de prisão contra si
Depois de ter agredido uma mulher de 34 anos em um bar da Zona Norte do Recife no último sábado (23), o caminhoneiro Antônio Fellipe Rodrigues Salmento de Sá compareceu espontaneamente, na tarde desta quinta feira (28), na delegacia de Casa Amarela, onde foi preso preventivamente pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE).
Ele deixou o local por volta das 20h30, com o rosto coberto pela camisa que vestia.
A informação foi confirmada à reportagem da Folha de Pernambuco pelo advogado do homem, Madson Aquino, que revelou ainda que ele já previa a possibilidade de um mandado de prisão contra si.
O caminhoneiro vai responder pelos crimes de lesão corporal (com o agravante pela vítima ser uma mulher) e racismo.
Da delegacia, Antônio Fellipe foi levado para realizar exames no Instituto de Medicina Legal (IML) e depois será encaminhado à Central de Plantões da Capital (Ceplanc), no bairro de Campo Grande. A expectativa é de que ele seja levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, nesta sexta-feira (29).
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Relembre o caso
Uma mulher de 34 anos foi agredida, na noite do último sábado (23), ao sair do banheiro feminino do Guaiamum Gigante, no bairro do Parnamirim, na Zona Norte do Recife.
De acordo com o relato publicado por um amigo da vítima nas redes sociais, um homem teria dado um soco no rosto dela após questioná-la se ela era homem ou mulher.
A vítima não conhecia o agressor, que teria a confundido com uma mulher trans. O homem a abordou na porta do banheiro feminino e, ao ser questionado de volta sobre o motivo da pergunta, teria desferido um soco no rosto da vítima.
Protocolo Violeta
No mês passado, Recife se tornou a primeira cidade do Brasil a aderir ao “Protocolo Violeta”, uma lei municipal (número 19.061) criada com o intuito de enfrentar a importunação sexual e a violência de gênero em espaços de lazer noturnos, como bares, boates e restaurantes.
O documento foi baseado no “Protocolo No Callem”, de Barcelona, na Espanha, ferramenta que possibilitou a prisão do jogador brasileiro Daniel Alves por estupro.
As medidas previstas na lei, são: atenção à pessoa em situação de violência; respeito às decisões dessa pessoa; repreensão à atitude do agressor; distanciamento da pessoa em situação de violência; e garantia da privacidade e da presunção de inocência da pessoa em situação de violência.