Bangladesh relata primeira morte por vírus Nipah em 2024
Patógeno pertence à família dos paramixovírus, a mesma da qual fazem parte os causadores da caxumba e do sarampo
Um homem morreu por contaminação de vírus Nipah após beber um suco de tâmaras que não havia passado por preparo especializado em Bangladesh, no sul da Ásia. Chamado de 'date juice' ou Khejur Ras, a bebida se trata da seiva doce extraída das tamareiras no inverno.
Identificado pela primeira vez em 1999, o vírus é transmitido para seres humanos através do contato com fluidos corporais de morcegos, porcos ou de pessoas infectadas.
Quando foi descoberto, o Nipah afetava agricultores e animais na Malásia. Mais de 160 morreram pelo vírus em Bangladesh; surtos foram registrados também em Singapura e na Índia. Não existem tratamentos ou vacinas para o vírus.
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Em Bangladesh, o caso de 2024 ocorreu a cerca de 50 km de distância de Dhaka, na cidade de Manikganj. A informação foi confirmada à Reuters por Tahmina Shirin, a diretora do Instituto de Epidemiologia, Controle de Doenças e Pesquisa (IEDCR) do Ministério da Saúde.
“A amostra foi enviada para exame laboratorial e deu positivo. Soubemos que a pessoa bebia seiva de tâmaras crua”, disse ela à Reuters.
O Ministério da Saúde de Bangladesh alertou a população para o risco de contaminação pelo suco 'cru' ou pelas tâmaras parcialmente consumidas por morcegos e pássaros. Dentre os sintomas da infecção estão dores de cabeça, dificuldade para respirar, tosse, febre e possibilidade de inchaço cerebral. Em 2023, cerca de 10 pessoas morreram pelo Nipah no país, de um total de 14 infectados.
O número é o maior em sete anos, segundo o IEDCR. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade pelo vírus varia entre 40% e 75%.
A OMS reforça que outros países do Sudeste Asiático e da África apresentam risco de infecções, uma vez que esse vírus foi observado em morcegos que habitam essas áreas. É o caso de Camboja, Gana, Indonésia, Madagascar, Filipinas e Tailândia.
O nome Nipah, vem da vila malaia onde o vírus foi isolado. O patógeno pertence à família dos paramixovírus, a mesma da qual fazem parte os causadores da caxumba e do sarampo.