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Berço de Jesus, Belém cancela Natal por guerra entre Israel e Hamas

Cidade na Cisjordânia costuma receber milhares de peregrinos no período natalino, mas confronto fez autoridades tomarem medida drástica

Cidade de Belém, na Cisjordânia, cancelou festejos de Natal por guerra em GazaCidade de Belém, na Cisjordânia, cancelou festejos de Natal por guerra em Gaza - Foto: Hazem Bader/AFP

A cidade de Belém, na Cisjordânia — local do nascimento de Jesus, segundo as religiões cristãs —, cancelou as comemorações de Natal neste ano, em razão do conflito entre Israel e Hamas, que continua sem previsão de término a medida que o ano se aproxima de seu fim.

A decisão foi tomada por autoridades locais, diante do avanço da violência dos combates, em solidariedade à população palestina em Gaza, sujeita a ataques e bombardeios israelenses desde que o país iniciou uma operação militar em larga escala em resposta ao ataque terrorista do Hamas, em 7 de outubro.

Tradicionalmente, Belém é um dos destinos mais visitados da região no período de Natal, por seu simbolismo para as religiões cristãs. A Igreja da Natividade, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), normalmente atrai centenas de milhares de turistas todos os anos. Agora, os carros estão estacionados na praça, onde os peregrinos deveriam estar, e os hotéis se encontram vazios.

As autoridades religiosas renunciaram ao anúncio de qualquer celebração "inutilmente festiva", em solidariedade aos palestinos que sofrem em Gaza. Comerciantes e lojistas da cidade relatam, há semanas, a queda na circulação de pessoas neste período festivo.

— Fazemos 80% da nossa renda anual neste período — disse Jack Giacaman, que trabalha na produção de artigos religiosos de madeira para uma loja de souvenires, em entrevista a AFP. — Fizemos um cálculo de três anos para cobrir as perdas, mas agora não sabemos como terminar o ano.

A onda de violência do conflito entre Israel e Hamas também chegou à Cisjordânia, com cerca de 300 palestinos mortos pelas forças israelenses, ou por colonos, desde 7 de outubro, segundo as autoridades palestinas. (Com AFP)

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