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Eleições 2022

Bolsonaro descarta possibilidade de derrota para Lula: "É o Flamengo enfrentando o Bangu"

Presidente da República provocou o seu principal adversário na disputa eleitoral deste ano e falou sobre a reunião que fará com embaixadores nesta segunda-feira (18)

Lula e BolsonaroLula e Bolsonaro - Foto: Ricardo Stuckert/divulgação | Isac Nóbrega/PR

O presidente da República, Jair Bolsonaro, rechaçou, neste domingo (17), qualquer possibilidade de derrota nas eleições para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E aproveitou para provocar seu principal adversário na corrida eleitoral deste ano.

"Ele que vai ligar para mim. Eu tenho certeza que eu não vou ligar para ele. Não tem o 'se' nessa questão. É o Flamengo enfrentando o Bangu, com toda certeza. Até com o time reserva. Com todo o respeito ao Bangu", afirmou o presidente ao ser questionado se telefonaria para Lula, caso ele ganhasse as eleições em outubro. Um pouco antes, Bolsonaro havia dito que Lula perderia o pleito para qualquer candidato.

Nesta segunda-feira (18), o presidente convocou uma reunião com embaixadores de outros países para apresentar a sua tese - nunca comprovada - de que houve fraude em eleições anteriores. Perguntado sobre o que vai ser discutido no encontro, ele afirmou:

"[Vai ser] técnica. Não vou supor nada. O foco é na transparência eleitoral, fazer com que, uma vez acabada as eleições, ninguém duvide da mesma. E o perdedor imediatamente ligue para o ganhador", afirmou ele, que completou:

"Temos mecanismos de praticamente zerar a possiblidade de qualquer interferência, diferente do que é dito no inquérito da PF por documentos fornecidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)". 

Conforme anunciou anteriormente, Bolsonaro deve apresentar um power point com documentos sobre os resultados das eleições de 2014, 2018 e 2020. No encontro, de acordo com auxiliares da Presidência, o pré-candidato à reeleição quer mostrar a legislação e "defender eleições limpas".

Como O GLOBO mostrou, o material a ser apresentado inclui decisões e declarações de ministros do Supremo Tribunal Federal que, na visão do Planalto, demonstrariam parcialidade da Corte em relação ao chefe do Executivo e a seus apoiadores. Até agora, o governo não informou quais embaixadas foram convidadas para a reunião.

O encontro de Bolsonaro com os embaixadores foi agendado como uma reação a uma reunião do presidente do TSE, Edson Fachin, com as representações estrangeiras ocorrida em junho. Na época, Fachin havia alertado os embaixadores sobre "acusações levianas" contra as urnas eletrônicas.

Hoje, o presidente, também criticou o vice-presidente da Corte, Alexandre de Moraes, que definiu um prazo de dois dias para o mandatário se manifestar sobre uma denúncia feita pela oposição de que ele estaria incitando à violência em seus discursos.

Bolsonaro classificou o prazo como uma "provocação": "Cara dar 48 horas, quer provocar, não quer diálogo, não quer solução". Na sequência, o presidente o comparou ao ditador cubano Fidel Castro e o questionou a quem ele quer intimidar.

A decisão do ministro do TSE foi uma resposta a uma representação protocolada por partidos da oposição, como o PT , na esteira do assassinato do militante petista Marcelo Arruda por um apoiador do presidente no fim de semana.

Neste domingo (17), o presidente Jair Bolsonaro também afirmou que está “propenso a ir” ao Paraguai para a reunião de Cúpula do Mercosul, que ocorrerá entre os dias 20 e 21 de julho. Antes, Bolsonaro havia dito que não iria ao encontro do bloco econômico que reúne países da América do Sul.

"Tudo pode mudar. Estou tentando me convencer. (...) Posso ir. Espero que vocês não falem: 'ecuou….' Pretendo bater o martelo amanhã. Estava 99% para não ir, está 50% agora", disse ele.

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