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Política

Bolsonaro troca nove ministros que devem ser candidatos; saiba quem são os substitutos

Presidente substituiu auxiliares que deixaram os cargos para serem candidatos em outubro

O presidente Jair BolsonaroO presidente Jair Bolsonaro - Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente Jair Bolsonaro dará posse nesta quinta-feira (30) a dez novos ministros, que substituirão os titulares que deixam o posto para concorrer nas eleições de outubro. Dos dez nomes que se despedem hoje do governo, oito emplacaram assessores diretos para substituí-los, e nove devem se candidatar nas eleições de outubro. Saiba quem são:

O novo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, chegou ao comando do Exército em abril do ano passado em meio à demissão do então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e a troca coletiva dos três comandantes das Forças Armadas. À frente da tropa, Nogueira evitou atritos públicos com Bolsonaro, embora não tenha adotado um total alinhamento com o presidente. 

A avaliação é de que Paulo Sérgio conseguiu “apaziguar” a tropa após a polêmica envolvendo a politização das Forças, no ano passado. Em compensação, desagradou ao presidente no início do ano ao recomendar que militares se vacinassem para voltar ao trabalho presencial.

Apesar disso, Paulo Sérgio foi escolhido para substituir na Defesa o general Walter Braga Netto, que deverá concorrer à vice-presidente na chapa de Bolsonaro. A promoção, segundo interlocutores do governo, foi uma maneira do titular do Planalto colocar no comando do Exército o general Marco Antonio Freire Gomes, considerado mais próximo do bolsonarismo.

Segundo integrantes do governo, ao aceitar o convite para ser ministro, Paulo Sérgio concordou em manter toda a equipe de seu antecessor Braga Netto. Diferentemente de outros ministérios, a passagem de cargo na Defesa ocorrerá na sexta-feira. Nesta quinta-feira, às 17h, Paulo Sérgio passará o comando do Exército para o general Freire Gomes. 

Antes de chegar ao comando do Exército, Paulo Sérgio esteve à frente Comando Militar do Norte e do Departamento Geral de Pessoal da Força.

O novo ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio Cunha Filho, de 36 anos, foi secretário-executivo da pasta desde o início do governo Bolsonaro. Homem de confiança do agora ex-ministro Tarcísio de Freitas, Sampaio é engenheiro civil e mestre em Transportes pela Universidade de Brasília (UnB). Ele também é especialista em Economia do Setor Público e em Gestão Pública. Em 2008, ele ingressou no serviço público como analista de Infraestrutura do atual Ministério da Economia.

Assim como Tarcísio de Freitas que concorrerá ao governo de São Paulo,  Marcelo Sampaio também usa as redes sociais para divulgar as ações na pasta e ganhou a confiança do presidente Bolsonaro. Além disso, ele é genro do ministro Luiz Eduardo Ramos, e pai de dois filhos.  Pernambucano, ele vive em Brasília desde criança. 

Apesar de sempre ter sido considerado um sucessor natural na pasta, Sampaio procurou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para ter o aval para ficar com a cadeira de Tarcísio de Freitas, que deixa o governo para disputar o governo de São Paulo. O partido de Valdemar, historicamente, tem influência na área de infraestrutura e transportes.

Secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Paulo César Rezende de Carvalho Alvim assume hoje o posto de ministro no lugar de Marcos Pontes, que vai  concorrer a deputado federal pelo PL de São Paulo. A escolha pelo nome de Alvim, visto como técnico, foi defendida por Pontes como forma de dar continuidade ao trabalho em andamento no ministério.

De acordo com Pontes, a nomeação contou com aval do presidente Jair Bolsonaro apesar do interesse do Centrão pela vaga. A cadeira era cobiçada, sobretudo, pelo PP, do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alvim é mestre em Ciências da Informação pela Universidade de Brasília (UnB). O agora ministro já trabalhou no Ministério da Educação (MEC), na Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e no Governo do Distrito Federal (GDF), antes de ingressar na pasta.

Atual secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes assumirá a pasta, nesta quinta-feira, no lugar de Tereza Cristina. Aos 72 anos e nascido em Minas Gerais, Montes é formado em medicina e produtor rural, mas dedicou grande parte da vida à política.

A exemplo da ministra, o atual número dois da pasta também é uma indicação da bancada ruralista e de representantes do agronegócio. Ele mesmo já presidiu a Frente Parlamentar da Agropecuária de 2015 a 2017. Nas últimas reuniões de despedida na FPA, Tereza, que agora retomará o mandato de deputada, declarou que ele deve fazer uma gestão de continuidade e seguirá os passos dela. Montes é uma escolha pessoal da ministra que foi acatada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Ele foi deputado federal por três mandatos e só não tentou a reeleição em 2018, porque disputou o cargo de vice-governador de Minas Gerais na chapa do senador Antonio Anastasia (PSDB), que perdeu para Romeu Zema (Novo).

Montes também foi secretário estadual de Desenvolvimento Social e Esportes no governo de Aécio Neves (PSDB), de 2004 a 2006, e prefeito de Uberaba (MG) entre 1997 e 2004.  Ele ostentava tanto prestígio dentro da FPA que em 2017 chegou até ser lançado por um grupo da Frente como candidato à presidência da Câmara - plano que depois foi abortado em favor do deputado Rodrigo Maia (PSDB).

Montes é filiado ao PSD desde que o partido de Gilberto Kassab foi fundado, em 2011 - antes, fez parte dos quadros do DEM. Durante os três mandatos como parlamentar, ele já chegou a ser vice e líder do partido na Câmara, além de comandar a FPA.

A ministra Flávia Arruda entrega o comando da Secretaria de Governo nesta quinta-feira para Célio Faria Júnior, atual chefe de gabinete do presidente Jair Bolsonaro. A pasta é responsável pela interlocução do governo com o Congresso Nacional.

Faria participou da equipe de transição, e até outubro de 2020 esteve no cargo de assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência. De lá, assumiu o atual posto no gabinete de Bolsonaro. Antes, desempenhou funções orçamentárias e financeiras na Marinha e foi Encarregado da Divisão do Fundo Naval na Comissão Naval Brasileira em Washington/EUA. Ele é economista, especialista em Planejamento, Orçamento e Gestão Pública.

Ao longo da sua história no Executivo, Faria recebeu pelo menos cinco honrarias, entre elas a Ordem do Mérito Oswaldo Cruz e a Ordem do Mérito Naval. Hoje, é braço direito do presidente e tido como um homem de confiança.

Um servidor de carreira e militar da reserva vai assumir o comando do Ministério da Cidadania. Ronaldo Vieira Bento, então chefe da assessoria especial e Assuntos Estratégicos da pasta, vai ocupar o lugar que era do deputado João Roma, que deixa o comando do ministério para concorrer ao governo da Bahia. Foi o próprio Roma quem sinalizou a substituição no último final de semana.

No Ministério da Cidadania desde março de 2021, Bento acompanhou e contribuiu para a implantação de políticas públicas como o Auxílio Brasil. O novo ministro é policial federal e tenente da reserva do Exército.

Servidor público do Executivo desde 2005, ele já passou por outras pastas, como o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em que exerceu a função de ouvidor-geral. Também já atuou como coordenador do Conselho Estadual de Segurança Pública Portuária e foi membro titular do Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção do Governo Federal, além de ter presidido a Comissão Permanente de Avaliação de Documentos Sigilosos e Autoridade de Monitoramento da Lei de Acesso à Informação junto ao Ministério da Justiça.

O novo ministro é natural de Salvador, tem 45 anos e é casado, pai de três filhos.

A substituta de Damares Alves no ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos será a advogada Cristiane Britto. Desde maio de 2019, Cristiane esteve à frente da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres. Ela entrou no lugar da ex-deputada Tia Eron.

Esta semana, Cristiane se filiou ao lado de Damares ao Republicanos. Na ocasião, ela destacou que trabalhou para a sigla como advogada por mais de uma década.

"O Republicanos se tornou a extensão da minha família. Pude assistir à bancada do partido crescer de forma expressiva", declarou.

Apesar de sua especialidade em direito eleitoral, consta no perfil da secretária divulgado pelo governo que ela "atuou com protagonismo no caso de grande repercussão nacional, que chocou o país ao relatar o abuso sexual de mais de 100 crianças do interior do Amazonas".

Carlos Brito, atual presidente da Embratur, assume a chefia do Ministério do Turismo nesta quinta-feira. O atual titular da pasta, Gilson Machado, é um dos nomes a deixar o governo para ser candidato nas eleições do final do ano. Ele entrou na empresa em julho de 2019 como Diretor de Gestão Interna.

Brito é formado em Administração de Empresas e em Administração com foco em marketing. Seu currículo também tem experiência em coordenação de áreas de recursos financeiros, físicos, tecnológicos e humanos, além da direção executiva de iniciativas privadas.

José Carlos de Oliveira assume nesta quinta-feira a cadeira de Onyx Lorenzoni como ministro do Trabalho e Previdência. Atualmente, Oliveira é presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e já atuou como secretário de Previdência na pasta. 

Ele tem formação em Administração de Empresas, é servidor concursado e ingressou em julho de 1985 no INSS. Lá, já trabalhou como gerente executivo da Gerência Executiva do INSS São Paulo e diretor de Benefícios.

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