Brasil recebe as primeiras 750 mil doses de vacina contra a dengue
Expectativa é de que cerca de 3,2 milhões de pessoas sejam vacinadas em 2024, já que o imunizante precisa de duas soses, com intervalo mínimo de três meses
O Brasil recebeu, no sábado (20), o primeiro lote de vacinas contra a dengue que será disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No total, 750 mil vacinas foram fornecidas pela farmacêutica Takeda sem cobrança ao Ministério da Saúde. Uma segunda remessa, com 570 mil doses, deve ser entregue em fevereiro. No total, o governo brasileiro adquiriu o quantitativo total disponibilizado pelo fabricante para 2024 — 5,2 milhões de doses. O volume total de doses será entregue até novembro.
A expectativa é de que cerca de 3,2 milhões de pessoas sejam vacinadas em 2024, já que o imunizante precisa de duas soses, com intervalo mínimo de três meses entre elas. De acordo com o Ministério da Saúde, as vacinas serão destinadas a regiões com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes.
O público-alvo, em 2024, serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue. Na sequência, os idosos devem ser vacinados — para este grupo, a Anvisa ainda não liberou a vacina.
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Em 2023, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, os municípios do Sudeste, Sul e Centro-Oeste foram os mais afetados. O número de casos no último ano passou de 1,6 milhão, um aumento de 15,8% em relação a 2022, que registrou 1,3 milhão. Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás foram os lugares com maior incidência da doença.
Entre os municípios com mais casos em 2023, seis se destacam e vão passar receber do ministério mosquitos que não transmitem a dengue para tentar conter a doença — estratégia conhecida como método Wolbachia. São eles: Natal (RN, Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC). Outras seis cidades já fazem parte do projeto e permanecerão: Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).