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ECONOMIA

Campos Neto diz que intervenção no dólar é decisão do colegiado do Banco Central

Campos Neto foi cobrado por deputados sobre atuação no câmbio em meio à escalada do dólar nos últimos meses

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência na Câmara O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência na Câmara  - Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, buscou destacar que a responsabilidade pela atuação no câmbio não é somente sua em audiência na Câmara dos Deputados. Campos Neto foi questionado pelos deputados sobre o BC não ter reagido em meio à forte alta do dólar nos últimos meses.

O presidente do órgão lembrou que o câmbio é flutuante e que a decisão de intervir em momentos em que a moeda mostra algum movimento "disfuncional" é colegiada, com a presença de quatro diretores já indicados pelo governo, especialmente Gabriel Galípolo, que cuida dessa área no órgão. Galípolo é diretor de Política Monetária, responsável para administrar a execução dos instrumentos das políticas cambiais.

 

— Toda vez que o mercado está nervoso discutimos se vamos fazer intervenção. O BC tem muita reserva e fará intervenção se for preciso. O diretor principal que cuida do câmbio foi indicado pelo governo. Conversamos muito, com outros diretores também, não é uma decisão só do presidente — disse nesta terça-feira em reunião das comissões de Desenvolvimento Econômico e de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

— Nesses momentos de estresse, discutimos fazer intervenção? O tempo todo estamos discutindo intervenção. Alguns dias ficamos olhando no dia a dia o que poderíamos fazer de melhor, olhando outras variáveis. É uma decisão do colegiado, que hoje tem 4 diretores que foram indicados pelo governo atual, que são muito bons e técnicos. Não houve decisão de intervir no câmbio — completou.

Segundo Campos Neto, não houve nenhum movimento anormal do câmbio que recomendasse intervenção do BC e sim uma piora da percepção de risco no Brasil. Além disso, o presidente do órgão explicou que o câmbio absorve choques. Se o BC fizer muita intervenção, os agentes de mercado vão buscar fazer proteção com outra variável, como os juros futuros, o que prejudica mais a economia, porque afeta financiamentos de longo prazo e projetos de infraestrutura, por exemplo.

Durante sua apresentação na audiência, o presidente do BC destacou que mais recentemente o câmbio brasileiro tem sido impactado por razões específicas locais, além dos fatores globais.

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