Chanceler de Lula afirma que Brasil não vai romper relações com a Venezuela
Vieira defende o diálogo para a solução da crise no país
Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, o chanceler Mauro Vieira admitiu que houve perda do dinamismo nas relações com a Venezuela. Contudo, ele deixou claro que o Brasil não pretende romper com o país caribenho.
Vieira defendeu o diálogo e citou o Barão do Rio Branco, referência na diplomacia brasileira na resolução de conflitos.
— Ainda que as circunstâncias imponham uma inevitável redução do dinamismo do relacionamento bilateral, isso não significa, de forma alguma, que o Brasil deve romper relações ou algo dessa natureza com a Venezuela. Pelo contrário, diálogo e negociação e não isolamento, como bem ensinou o Barão do Rio Branco, as a chave para qualquer solução pacífica na Venezuela — afirmou o ministro das Relações Exteriores.
Leia também
• Lula diz que Maduro é problema da Venezuela
• Subsidiária da Telefónica na Venezuela vai pagar US$ 85 milhões nos EUA por caso de suborno
• Venezuela: Brasil tenta "enganar" comunidade internacional se passando por "vítima"
Brasil e Venezuela estão em crise desde meados deste ano, após a eleição de 28 de julho, quando o presidente Nicolás Maduro foi proclamado vitorioso pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Porém, não foram apresentadas provas mostrando que Maduro vencera o oposicionista Edmundo González.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não reconheceu o resultado do pleito e ainda barrou o ingresso do país vizinho no Brics, em uma reunião de cúpula na Rússia. Maduro, que esteve no evento e saiu de mãos vazias passou a criticar Lula, o assessor para assuntos internacionais, Celso Amorim, e o Itamaraty como um todo.
—As relações pacíficas e respeitosas com nossos 12 vizinhos são um patrimônio da política externa brasileira — disse Mauro Vieira.