Chapa Lula-Alckmin reaviva debate sobre candidatura do PSOL à Presidência
O deputado federal Glauber Braga (RJ) defende concorrer à Presidência pelo PSOL caso a união Lula-Alckmin seja sacramentada
A chance de o ex-governador paulista Geraldo Alckmin formar uma chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a corrida eleitoral de 2022 reavivou, dentro do PSOL, as discussões sobre uma possível candidatura própria na briga pelo Palácio do Planalto.
O deputado federal Glauber Braga (RJ) defende concorrer à Presidência pelo PSOL caso a união Lula-Alckmin seja sacramentada. Ele argumenta que uma agenda de políticas públicas sociais ficará inviabilizada caso o ex-governador, ligado ao que chama de “neoliberalismo rentista”, seja vice.
Glauber alega que o placar da decisão tomada no 7º Congresso Nacional do PSOL de não apresentar pré-candidatura à Presidência permite recolocar a discussão diante da possível parceria entre Lula e Alckmin.
No congresso, 44% dos participantes defenderam a candidatura presidencial de Glauber, contra 56% que optaram pelo apoio direto da legenda ao projeto de Lula. Para o deputado, a margem da votação foi “apertada”: "A nossa posição é de que, com essas movimentações com a colocação do Alckmin na chapa, há um reforço à necessidade de apresentação no primeiro turno de uma pré-candidatura própria do PSOL para que ela tensione esse debate para a esquerda."
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Além de Glauber, outros nomes do partido mantêm ressalvas à chapa Lula-Alckmin. A deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina é crítica dos governos tucanos no estado. Presidenciável em 2018 e possível candidato do PSOL ao governo paulista no ano que vem, Guilherme Boulos vem chamando a união de “mau sinal”.
Juliano Medeiros, presidente do PSOL, afirmou que ainda há um caminho a ser percorrido antes de a sigla formalizar qualquer decisão. "Nosso congresso decidiu priorizar a construção de uma frente das esquerdas para a eleição. Esse processo nem começou. Sequer houve reuniões com o PT ou com o ex-presidente Lula para tratar de eleições. Alckmin ainda nem filiado está."
Ao Valor Econômico, Medeiros disse que considera “descabido ter um sujeito como Alckmin compondo uma frente das esquerdas”. No entanto, tem afirmado que a chapa “não necessariamente inviabiliza” o apoio ao PT.
Membros da cúpula psolista avaliam reservadamente que o impacto de Alckmin é “mínimo” para o PSOL, e que “Glauber não será candidato em hipótese alguma”.