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Chefe do Hezbollah diz que seu movimento e o Irã serão "obrigados a tomar represálias" contra Israel

"A nossa resposta chegará, será forte e eficaz", afirmou o líder do movimento

Um retrato do comandante militar do Hezbollah morto, Fuad Shukr, é exibido durante uma manifestação denunciando seu assassinatoUm retrato do comandante militar do Hezbollah morto, Fuad Shukr, é exibido durante uma manifestação denunciando seu assassinato - Foto: Mahmoud Zayyat / AFP

O líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hasan Nasrallah, afirmou que o seu grupo e o Irã serão "obrigados a tomar represálias" contra Israel "sem importar as consequências" após os assassinatos na semana passada do chefe político do Hamas e do comando militar de sua organização.

Em um discurso televisionado, o líder do grupo xiita libanês afirmou que o Hezbollah agirá sozinho ou no marco de uma "resposta coordenada" de todo o chamado "eixo de resistência", que inclui movimentos pró-Irã no Oriente Médio "sem importar as consequências".

Pouco antes deste pronunciamento, caças da Força Aérea israelense sobrevoaram Beirute a baixa altitude e romperam a barreira do som, o que provocou momentos de pânico na capital do Líbano.
 

A guerra na Faixa de Gaza, que eclodiu após o ataque do movimento islamista palestino Hamas, em 7 de outubro, em território israelense, há quase 10 meses, intensificou a tensão no Oriente Médio.

Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva contra o território palestino.

O conflito alimentou tensões no Oriente Médio e a apreensão se intensificou após a morte Haniyeh durante uma visita a Teerã, um ataque que tanto o Hamas como o Irã atribuíram a Israel, mas sobre o qual as autoridades israelenses não comentaram.

Israel assumiu a responsabilidade pelo ataque que matou Shukr, a quem culpou pelo bombardeio que deixou 12 jovens drusos mortos em Majdal Shams, em 27 de julho, nas Colinas de Golã anexadas pelo Estado hebreu.

Israel em alerta 
Israel afirma estar "se preparando para todos os cenários".

Os Estados Unidos, seu principal aliado, declarou trabalhar "dia e noite" para evitar uma escalada militar no Oriente Médio.

Durante uma reunião de emergência na segunda-feira na Casa Branca, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, enviou uma mensagem de contenção.

"Estamos imersos em uma diplomacia intensa dia e noite com uma mensagem muito simples: todos os protagonistas devem evitar a escalada", insistiu.

O presidente dos EUA, Joe Biden, falou por telefone com o rei Abdullah II da Jordânia na segunda-feira.

Blinken falou, por sua vez, com o primeiro-ministro do Catar e o ministro das Relações Exteriores do Egito. Também conversou com o premiê do Iraque ante a possibilidade de ataques de grupos armados iraquianos apoiados pelo Irã.

O presidente francês, Emmanuel Macron, o seu contraparte dos Emirados, Mohamed bin Zayed al Nahayane, e o príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, pediram a "todos os intervenientes" no Oriente Médio "responsabilidade e moderação".

O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, declarou na segunda-feira que o seu país não busca "estender (...) a guerra", mas que Israel "certamente receberá uma resposta por seus crimes e arrogância".

A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) se reunirá na quarta-feira a pedido da "Palestina e do Irã" para alcançar "uma posição islâmica unificada" na região.

Tanto o movimento islamista libanês como os rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, abriram frentes contra Israel desde o início da guerra em Gaza, em "apoio" aos palestinos.

Na fronteira entre Israel e o Líbano, as trocas de tiros são quase diárias. Seis combatentes do Hezbollah morreram nesta terça-feira em um bombardeio israelense no sul do Líbano, disse uma fonte de segurança libanesa à AFP.

Doze mortos em operações israelenses na Cisjordânia 
Muitos países pediram a seus cidadãos que deixassem o Líbano e várias companhias aéreas suspenderam seus voos para Beirute.

O Exército israelense continua sua ofensiva contra o Hamas em Gaza.

O ataque do grupo islamista palestino em 7 de outubro no sul de Israel deixou 1.198 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Nesta terça, o Exército israelense confirmou a morte da última pessoa que ainda estava desaparecida em Israel após aquele ataque.

Os combatentes islamistas fizeram 251 reféns, dos quais 111 permanecem sequestrados em Gaza, embora 39 deles estejam mortos, segundo os militares israelenses.

A ofensiva de Israel em Gaza deixou até agora 39.653 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território, que não detalha o número de civis e combatentes mortos.

A guerra em território palestino agravou a situação na Cisjordânia, região ocupada por Israel desde 1967, e as autoridades palestinas informaram nesta terça-feira que 12 pessoas foram mortas em três operações lançadas pelo Exército israelense.

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