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SAÚDE

Cirurgia por videolaparoscopia é incorporada ao SUS para tratamento de câncer; entenda

Procedimento é a principal modalidade de cirurgia minimamente invasiva e poderá beneficiar, em especial, pacientes com câncer de útero, pâncreas, esôfago e estômago

videolaparoscopia videolaparoscopia  - Foto: Freepik

O Ministério da Saúde incluiu a videolaparoscopia, principal modalidade de cirurgia minimamente invasiva, para o tratamento de pacientes com câncer no Sistema Único de Saúde (SUS). A inclusão de seis procedimentos foi publicada na última quinta (5) no Diário Oficial da União.

— Sem dúvida, essa incorporação é um dos maiores avanços nos últimos 15 anos no SUS. O tratamento do câncer reúne várias modalidades. Mas quando falamos em tratamento curativo, a cirurgia é responsável por 60% das chances de cura. Além disso, 80 a 90% dos pacientes com câncer vão precisar de algum tipo de cirurgia para sua jornada. Se entendemos que essa é a principal modalidade de tratamento, entendemos o impacto histórico que essa incorporação vai ter — afirma o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

 

Os procedimentos laparoscópicos são cirurgias feitas trocando incisões grandes - de 40, 50 ou 60 cm - por incisões de 1 a 2 cm - na parece abdominal. Através delas, usando ferramentas específicas e uma câmera, é possível realizar a retirada dos cânceres sem a necessidade de grandes incisões.

— Conseguimos fazer a maioria das cirurgias oncológicas de forma minimamente invasiva — afirma Pinheiro.

Ainda de acordo com o especialista, esse tipo de cirurgia reduz o risco de sangramento, infecções, dores, e cicatrizes, o que contribui para e melhora a qualidade de vida do paciente. Outra diferença importante em relação às cirurgias abertas é em relação ao tempo de internação.

Em geral, nas cirurgias abertas são exigidos longos períodos de recuperação no hospital, enquanto as técnicas minimamente invasivas, como a videolaparoscopia, permitem que os pacientes se recuperem mais rapidamente (redução de até 35% no tempo) e, muitas vezes, possam voltar às suas atividades normais num prazo menor.

— Além dos inúmeros benefícios para os pacientes, isso também ajuda a acelerar a fila no SUS, já que o paciente fica menos tempo no hospital — pontua o cirurgião oncológico.

Nos últimos anos, a SBCO tem reunido e apresentado evidências científicas relacionadas ao impacto clínico positivo para os pacientes oncológicos, inclusive com dados de custo-efetividade, das modalidades de cirurgia minimamente invasiva quando comparadas à cirurgia convencional.

O cirurgião oncológico Alexandre Ferreira Oliveira, diretor científico da SBCO, conta que o processo que resultou na incorporação começou em 2020, quando foi montado um grupo de trabalho dentro do Conselho Consultivo da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer e do Instituto Nacional de Câncer (CONSINCA).

As cirurgias por vídeo incorporadas no SUS são gastrectomia (remoção do estômago), colectomia (intestino grosso), esofagogastrectomia (esôfago e parte do estômago), histerectomia (útero), pancreatectomia (pâncreas) do corpo caudal e laparotomia (procedimento cirúrgico que consiste em, a partir do acesso à cavidade abdominal, examinar ou tratar órgãos internos). Elas beneficiam em especial pacientes com tumores no útero, pâncreas, esôfago e estômago.

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