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TECNOLOGIA

Como funciona o novo buscador do Google com IA? Testamos a ferramenta nos EUA

Ferramenta, que ainda não tem previsão de chegar ao Brasil, não traz respostas da inteligência artificial quando a pesquisa envolve temas controversos

Exemplo de como a nova busca do Google vai apresentar resultados Exemplo de como a nova busca do Google vai apresentar resultados  - Foto: Reprodução/Google

O novo recurso de busca do Google, que usa inteligência artificial (IA) para gerar textos (ou tópicos) como resposta às pesquisas dos usuários e já está disponível nos Estados Unidos, foge do noticiário do dia e de temas polêmicos ou de grande repercussão.

A expansão do uso de IA no buscador do Google preocupa produtores de conteúdo por causa da perda de espaço de links para fontes originais da informação.

O Globo testou a ferramenta nos EUA, com perguntas em inglês, no seu primeiro dia de atividade. Para usar a ferramenta, é preciso autorizar o serviço de busca a ativar o programa search labs. Na descrição do serviço, o próprio Google diz que “a qualidade e a disponibilidade podem variar”.

Uma vez autorizada, a nova ferramenta sobrepõe um texto gerado por IA aos tradicionais links relacionados de pesquisa que caracterizavam a busca do Google até agora. A apresentação do texto geralmente é feita em blocos.

Em alguns casos, é preciso dar o comando “gerar”, em um botão, para ter acesso ao texto feito pela IA. Em outros, sem muita distinção de tema, o resumo brota na tela automaticamente.

Para ambos os casos, o serviço rapidamente mostra um texto simples de resumo, com poucos sites relacionados logo abaixo (o que inclui fóruns de discussão na web, blogs, páginas governamentais e poucos sites de notícia). Em alguns casos, há um segundo bloco de textos ou tópicos.

 

Longe da polarização
O serviço não traz os textos de IA no alto da página de busca em consultas sobre vacinar os filhos, política partidária ou a origem do coronavírus, por exemplo. Nesses casos, são exibidos resultados convencionais de busca, fora da nova ferramenta, com links de notícias ou sites relacionados ao tema.

A ferramenta não detalha temas de política, seja americana ou brasileira. A IA, por exemplo, tem uma resposta automatizada quando o usuário pergunta “Por que Michael Jackson foi a julgamento?”, mas não oferece respostas à questão “Por que Donald Trump está sendo julgado?”.

A ferramenta também não detalha como é feita uma pesquisa eleitoral, mas explica como são feitos estudos clínicos para novos medicamentos.

Outros temas que são alvos de polarização, como vacinar crianças, também ficam de fora. Ao ser perguntada se é preciso vacinar os filhos, a IA não dá qualquer resumo. Mas, à pergunta “devemos dar vitaminas às crianças?”, pondera que a maioria dos meninos e meninas não precisa de suplementação se come uma ampla variedade de alimentos.

A Covid também aparece de forma limitada. O novo recurso AI Overviews não oferece resposta quando perguntado se “a China desenvolveu o coronavírus”, nem sobre como ele infecta o ser humano.

Ainda no tópico saúde, não há texto sugerido sobre a ozonioterapia, classificada como ineficaz por sociedades médicas. A IA, porém, responde prontamente se perguntada sobre como funcionam analgésicos comuns, como o ibuprofeno.

O que diz o Google
Em um post em seu blog oficial, o Google argumenta que os resumos gerados com IA dará aos usuários acesso a "uma maior diversidade de sites para obter ajuda com perguntas mais complexas".

Segundo a empresa, os links incluídos nos resumos têm mais cliques do que quando apresentados no espaço convencional de consulta, segundo experimentos internos.

"À medida que expandimos essa experiência, continuaremos a nos concentrar em enviar tráfego valioso para editores e criadores. Como sempre, os anúncios continuarão a aparecer em espaços dedicados ao longo da página, com rótulos claros para distinguir entre resultados orgânicos e patrocinados", diz o texto, assinado pela líder do Google Search, Liz Reid.

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