Engenheiros fazem vistoria oficial do Edifício Holiday para determinar preço para leilão
Leilão da estrutura, condenada em 2019 por oferecer riscos aos moradores, está marcado para os dias 22 e 23 de maio
O Edifício Holiday, localizado no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, passou por vistoria oficial na manhã deste sábado (13). Os técnicos avaliaram o prédio para definir a precificação que será estabelecida no leilão da estrutura, marcado para os dias 22 e 23 de maio, por decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Construído em 1956, o prédio é um dos maiores marcos arquitetônicos não só do Recife, como também de Pernambuco, e segue como um símbolo urbanístico do Estado. Ainda assim, com o passar dos anos, o que se pôde ver foi uma degradação cada vez maior na estrutura. Isso tudo culminou na condenação, em 2019, por risco de desabamento e ligações elétricas clandestinas que resultaram em um alto risco de explosão. No mesmo ano, cerca de três mil moradores foram desocupados. O edifício possui um total de 17 andares e 476 apartamentos.
O engenheiro responsável pela vistoria oficial foi Gustavo Farias, designado pelo próprio TJPE. O profissional é presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia Seccional Pernambuco (Ibape-PE), e contou à Folha de Pernambuco que o resultado da avaliação da estrutura, com o valor de mercado, deve ser divulgado em oito dias.
"Para a gente definir o valor de mercado e obter o laudo pericial, o trabalho é basicamente dividido em duas etapas. Tem essa primeira, de vistoria, que a gente vai dizer como está o imóvel e fazemos todas as investigações pra dizer como que está a parte estrutural do prédio. A segunda etapa é feita em um escritório, com um levantamento de dados, análise de mercado, consulta a valores de terreno, esse tipo de informação", afirmou.
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Alguns moradores compareceram ao local. Uma dessas pessoas foi Ivo Dumer, aposentado de 55 anos, que morou no prédio entre 2003 a 2019. "Morar aqui era muito bom. Era o melhor ponto de moradia em Boa Viagem. Agora o prédio está entregue", explicou.
Outra moradora que foi ao local foi Girleide Ferreira, estudante de administração de 50 anos. Por mais que seja natural de Alagoas, morou no edifício por mais de 30 anos, desde a infância. "Também gostava muito de morar aqui, mas fui obrigada a sair", afirmou.
Empresas têm interesse na compra
Segundo o presidente do TJPE, Ricardo Paes Barreto, há três ou quatro empresas interessadas na compra do edifício. Sem revelar nomes, ele explicou há compradores que têm intenções de fazer o retrofit, que é uma a recuperação da estrutura, assim como outros que podem demolir o prédio.
“Na demolição, o custo é maior e vai envolver uma operação muito grande naquela área toda. Aquilo vai ser uma operação de guerra para derrubar. Não sei nem se uma implosão será possível. Se for derrubar, talvez tenha que ser aos pouquinhos. Espero que possa haver o retrofit. O fato principal é que o deadline chegou. O final chegou, assim esperamos, com o encaminhamento. Aquilo vai ser uma redenção em Boa Viagem (quando for recuperado). Aquilo funcionando vai virar uma atração naquela área de Boa Viagem”, disse o presidente do TJPE à Folha.