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Julgamento

"Eu e Patrícia sempre fomos muito amigos", diz acusado de matar ex-esposa no Recife

Depoimento de Guilherme José Lira dos Santos teve início por volta das 18h50 desta quinta-feira (12)

Depoimento de Guilherme José Lira dos Santos, no Fórum Desembargador Rodolfo AurelianoDepoimento de Guilherme José Lira dos Santos, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano - Foto: Alexandre Aroeira / Folha de Pernambuco

Após os depoimentos de quatro peritos criminais no quarto dia do julgamento de Guilherme José Lira dos Santos — acusado de jogar carro em árvore para matar ex-exposa no Recife, em 2018 —, teve início, por volta das 18h50 desta quinta-feira (12), o interrogatório do réu. O julgamento ocorre na 1ª Vara do Tribunal do Júri Popular da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra.

As primeiras declarações de Guilherme foram relacionadas ao casamento com a vítima, Patrícia Cristina Araújo.

O réu foi questionado sobre o estado do relacionamento na época do caso. O acusado afirmou que mantinha uma boa relação com a ex-esposa.

“Eu e Patricia sempre fomos muito amigos, de brincar, bagunçar um com o outro. Isso condiz com o que foi desenhado aqui [nos depoimentos das testemunhas]”, disse.

O interrogatório de Guilherme é conduzido pela juíza Fernanda Moura, que preside o julgamento.

Julgamento de Guilherme José Lira dos SantosJulgamento de Guilherme José Lira dos Santos | Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco 

Na noite da morte de Patrícia, os dois saíram de carro da casa da mãe da vítima. Sobre o dia da colisão, o réu afirmou que teve “uma DR” no carro, quando a ex-esposa entrou no veículo; Guilherme afirmou, ainda, que a mudança de rota apontada pela perícia instantes antes do ocorrido foi motivada por uma confusão.

Segundo o réu, ao tomar a rua Fernandes Vieira, no bairro da Boa Vista, ele reproduziu um movimento “habitual” de virar à direita, quando, na ocasião, a intenção não era de reproduzir o trajeto que normalmente era feito.

“Em um acidente, a pessoa não tem uma recordação perfeita. Eu tomei atitudes que não lembro [enquanto estava dirigindo], se apertei ou não o freio, não sei. Fiz um movimento para tentar livrar o carro da árvore”, disse Guilherme quando questionado sobre o acionamento dos freios e o uso do cinto de segurança por parte da vítima, que estava no banco do passageiro.

Segundo a perícia, há evidências que apontam que Patrícia estava sem cinto, enquanto o do motorista estava afivelado.

Relembre o caso
Guilherme José Lira dos Santos é acusado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de jogar carro em árvore para matar ex-exposa no Recife, em novembro de 2018.

Na ocasião, Patrícia Cristina Araújo dos Santos, 46, estava no banco do passageiro quando o veículo colidiu na Rua Fernandes Vieira, no bairro da Boa Vista. A mulher faleceu e o condutor teve ferimentos leves. Após o caso, Guilherme foi preso.

O réu é julgado pelo crime de homicídio qualificado, cometido por “motivo torpe, mediante dissimulação ou recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido”; ainda, leva-se em consideração a condição de gênero da vítima, o que caracterizaria o crime como feminicídio.

 

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