Ex-CEO da Americanas é preso em Madri
A defesa de Gutierrez afirmou, em nota, que ele "jamais participou" de fraudes e que vem colaborando com as investigações
O ex-CEO das Lojas Americanas Miguel Gutierrez foi preso em Madri, na Espanha, nesta sexta-feira, 28, na esteira da Operação Disclosure, aberta no rastro da participação de ex-executivos da varejista em fraudes contábeis de R$ 25 bilhões.
O empresário é alvo de um mandado de prisão preventiva e teve o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. A ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali segue foragida.
A defesa de Gutierrez afirmou, em nota, que ele "jamais participou" de fraudes e que vem colaborando com as investigações.
A Americanas diz que "foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes".
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Segundo os investigadores, Gutierrez teve envolvimento direto nas fraudes, "vez que participava do fechamento dos resultados".
Ele tinha a palavra final sobre os números supostamente inflados levados ao Conselho de Administração e ao mercado, diz a PF.
A Procuradoria da República sustenta que há inúmeras provas de que "toda a fraude era comandada" por Gutierrez.
Segundo a PF, ele "não só tinha conhecimento dos resultados verdadeiros como também sabia dos fraudados, que serviram de base para recebimento de bônus milionários, e principalmente, recebia o suporte e contava com a coautoria dos outros investigados".
A investigação que resultou na Operação Disclosure aponta que Miguel Gutierrez e Anna Christina Saicali teriam vendido mais de R$ 230 milhões (R$ 171,7 milhões e R$ 59,6 milhões, respectivamente) em ações da Americanas ante a possibilidade de as fraudes contábeis bilionárias da empresa se tornarem públicas