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VACINA

Janssen: Ministério da Saúde recua e orienta intervalo de dois a seis meses para reforço

O documento não cita outra dose de reforço, preferencialmente com Pfizer, que havia sido anunciada pela pasta

Doses da vacina contra Covid-19 da JanssenDoses da vacina contra Covid-19 da Janssen - Foto: Hugo Dourado/SES-PE

O Ministério da Saúde publicou nesta quinta-feira a nota técnica que traz diretrizes para a dose de reforço de Janssen. O documento, cuja divulgação foi antecipada pelo GLOBO, prevê que a dose seja administrada com intervalo entre dois e seis meses depois da primeira. Num recuo, o documento não cita outra dose de reforço, preferencialmente com Pfizer, que havia sido anunciada pela pasta na terça-feira da semana passada.

"Dessa forma o Ministério da Saúde recomenda a dose de reforço (segunda dose) às pessoas que tomaram o imunizante Janssen a ser feito de forma homóloga, ou seja, uma segunda aplicação com o mesmo imunizante Janssen no intervalo mínimo de 2 meses, podendo este intervalo ser de até 6 meses, cuja estratégia pontual dependerá do cenário epidemiológico local e adjacências e condições específicas da população que recebera o imunizante da Janssen previamente", diz o documento.

Mulheres que tomaram uma dose do imunizante e, hoje, estão grávidas ou puérperas deverão receber o reforço com Pfizer. Como a Janssen usa a mesma tecnologia da AstraZeneca — suspensa para ambos os grupos após a morte de uma gestante de 35 anos por AVC — não poderá ser administrada.

Secretários de saúde, técnicos e integrantes da Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Cetai) da pasta e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não foram consultados para a decisão, avaliada como precipitada por interlocutores.
 

Apesar de não haver pesquisas sobre a segurança e da eficácia de duas doses de Janssen, provavelmente de outro laboratório, especialistas ouvidos pelo GLOBO dizem que a decisão é positiva e não deve trazer riscos à população.

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Renato Kfouri explica que a decisão do ministério vai na linha da aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória norte-americana, que aprovou como a dose como booster (reforço, em tradução para o português). Nessa esteira, a tendência deve ser mudar o esquema vacinal de uma para duas doses: 

— A Janssen está mudando seu esquema (vacinal) de uma para duas doses. Como (a Janssen) teve um licenciamento prévio de uma dose só (nos Estados Unidos), eles não podem chamar de segunda dose. O que os dados têm mostrado é que uma dose só não sustenta a proteção por muito tempo, então já foi aprovado nos Estados Unidos. Deve ser uma tendência para todos os países que usam Janssen — explicou o pediatra infectologista.

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