Rússia

Jornalista americano Evan Gershkovich é libertado pela Rússia em troca de prisioneiros

Turquia anunciou que mediou a troca entre Moscou e outros seis países em um acordo que envolve 26 pessoas

Evan Gershkovich foi libertado da custódia russaEvan Gershkovich foi libertado da custódia russa - Foto: Alexander Nemenov/AFP

Uma grande troca de prisioneiros entre a Rússia e países do Ocidente está em andamento envolvendo o repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, que foi libertado da custódia russa.

A Turquia anunciou que mediou a troca entre Moscou e outros seis países em um acordo que envolve 26 pessoas.


Gershkovich e o ex-soldado dos EUA, Paul Whelan, ambos acusados pelas autoridades russas de espionagem, estão entre os prisioneiros soltos por Moscou, segundo o governo turco.

O opositor russo Ilya Yashin também será envolvido na troca, assim como o cidadão alemão Rico Krieger, preso em Belarus.

O russo Vadim Kresikov, que está preso na Alemanha, deve retornar a Moscou como parte do acordo.

Mediação da Turquia
O governo da Turquia apontou nesta quinta-feira, 1, que mediou o acordo de troca de prisioneiros.

Segundo o governo turco, a troca envolve 7 países: Rússia, Estados Unidos, Alemanha, Polônia, Noruega, Eslovênia e Belarus.

O acordo envolve a troca de 26 prisioneiros.

A agência de inteligência da Turquia, a Organização Nacional de Inteligência (MIT, sigla em inglês), estabeleceu o dialogo entre os países para a troca.

"As partes foram reunidas na Turquia em julho de 2024 com a organização do MIT, que utiliza efetivamente a diplomacia de inteligência", acrescentou.

Ancara apontou que coordenou o processo desde o início das negociações até o "último momento" em que as trocas foram realizadas.

De acordo com a CNN americana, 3 russos presos nos EUA estão sendo preparados para a troca.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que ainda não era o momento de se manifestar sobre o acordo.

Histórico
Gershkovich foi preso em março de 2023 enquanto trabalhava na cidade de Ecaterimburgo e foi sentenciado no mês passado a 16 anos de prisão por espionagem.

Ele se declarou inocente e o Wall Street Journal e o governo dos EUA rejeitaram as acusações e as classificaram como absurdas.

Uma possível troca tem sido cogitada há meses, com longas discussões nos bastidores envolvendo vários governos, e poucos detalhes chegando ao domínio público.

Muitos analistas vincularam a prisão inicial de Gershkovich a uma política russa que equivale a tomar reféns, com o objetivo de aumentar a pressão sobre os países ocidentais para liberar espiões, hackers e assassinos russos.

Na quarta-feira, 31, dois espiões russos "ilegais" presos na Eslovênia foram julgados em Liubliana, condenados ao período em que ficaram presos e expulsos do país.

Uma fonte com conhecimento do caso disse ao Guardian que os dois seriam incluídos na troca.

Acordo
Em um comunicado online, a Radio Free Europe/Radio Liberty, um meio de comunicação financiado pelos Estados Unidos, apontou que a jornalista Alsu Kurmasheva, que tem cidadania russa e americana, também estaria envolvida na troca de prisioneiros.

Kurmasheva foi condenada em julho por espalhar informações falsas sobre os militares russos.

Ela nega as acusações, assim como a Radio Free Europe.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, colocou a garantia da libertação de americanos detidos injustamente no exterior no topo de sua agenda de política externa.

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