Justiça aprova recuperação judicial do grupo Coteminas, que tem dívidas de R$ 2 bilhões
Nove empresas foram incluídas no pedido, que tramita na 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte
A Justiça homologou o pedido de recuperação judicial das empresas Grupo Coteminas, presidido por Josué Gomes da Silva, que também é presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
O juiz Adilon Cláver de Resende da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, já havia concedido parcialmente, em maio passado, pedido de tutela de urgência do grupo para a suspensão de cobranças de dívidas diante do vencimento antecipado de debêntures (títulos de crédito) emitidos pela empresa.
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Josué Gomes havia pedido afastamento da presidência da Fiesp, em maio, pelo prazo de 40 dias, para cuidar da recuperação da empresa.
As dívidas do grupo chegam a R$ 2 bilhões e nove empresas foram incluídas no pedido, entre elas as empresas do setor têxtil, além de uma fazenda e uma empresa do setor imobiliário.
Entre as razões apresentadas pelos advogados da empresa para o pedido de recuperação judicial, estão dificuldades de liquidez (falta de recursos) trazidas pela pandemia de Covid-19.
Além disso, a desvalorizaão do real frente ao dólar também impactou negativamente as operações da Coteminas, que tem alta alavancagem.
Para homologar a recuperação judicial da Coteminas, a Justiça fez uma análise da viabilidade do pedido.
Na prática, ao aceitá-lo, o juiz avaliou que as empresas devedoras demonstraram capacidade técnica e econômica para se reorganizar e cumprir o plano de recuperação, segundo explicou o advogado
Antes deferir o processamento do pedido de recuperação judicial houve análise prévia da viabilidade do pedido inicial.
“Isto quer dizer que as empresas devedoras demonstraram capacidade técnica e econômica para se reorganizar e de cumprir o plano de recuperação.
"Há indicação de ser aparentemente superável o estado de crise econômico-financeira pelo qual atravessa e também retrata a perspectiva de que possa se soerguer”, escreveu o juiz na homologação.
Por conta da complexidade do processo, o juiz nomeou dois administradores judiciais para acompanhar as reais condições de funcionamento da empresa.
Em 60 dias, o grupo terá que apresentar seu plano e estão suspensas as ações e execuções contra as devedoras por 180 dias.