Linfoma abdominal: entenda o câncer do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman
Tumor no sangue tem início no sistema linfático, responsável por produzir e transportar as células de defesa do corpo chamadas de linfócitos
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), anunciou nesta quinta-feira que foi diagnosticado com um linfoma no abdômen, um tipo de câncer no sangue, durante exames de rotina.
Segundo Noman, o tratamento já foi iniciado e o prognóstico é positivo. Ele disse ainda que não deixará o cargo e que continuará na disputa para a reeleição em outubro.
Segundo informações do Hospital A.C Camargo, em São Paulo, referência em Oncologia no Brasil, um linfoma é um tipo de câncer no sangue, assim como a leucemia, mas que surge no sistema linfático, enquanto a leucemia se desenvolve nas células-tronco da medula óssea.
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O sistema linfático é composto por uma rede de vasos, gânglios (também chamados de nódulos ou linfonodos) e órgãos como timo, baço e amígdalas que produzem e transportam pelo corpo os linfócitos, células de defesa do organismo.
Portanto, o linfoma pode surgir em diferentes partes do corpo – no caso do prefeito da capital mineira, foi no abdômen, por isso é chamado de linfoma abdominal. O mandatário foi submetido a um procedimento cirúrgico bem-sucedido e deu início imediatamente ao tratamento.
O linfoma, por ser um câncer no sangue, não é tratado com cirurgias, porém geralmente é realizado um procedimento do tipo no início para a realização da biópsia. Nela, é retirado um pedaço do linfonodo para a análise em laboratório e determinação do tipo exato do linfoma.
Isso porque o linfoma é dividido, principalmente, em duas categorias, o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin, de acordo com características moleculares. Na prática, de acordo com o A.C. Camargo, o de Hodgkin se espalha de forma ordenada de um grupo de linfonodos para o outro, enquanto o não Hodgkin pode se disseminar de maneira não ordenada.
Além disso, há outros subgrupos dentro de cada uma das categorias, que são identificados de acordo com os diferentes tipos de linfócitos envolvidos e outras características genéticas do tumor. Esse diagnóstico do tipo exato de linfoma é importante para auxiliar o médico na hora de indicar o tratamento.
Como é o tratamento do linfoma?
Geralmente, o tratamento de um linfoma envolve como primeira linha a quimioterapia. A radioterapia também pode ser indicada, especialmente de forma complementar. Segundo o hospital, ela raramente é o único tratamento adotado para linfomas.
Outras alternativas disponíveis hoje são a imunoterapia, que leva o próprio sistema imunológico a atacar o tumor. Há alguns tipos de linfomas que, quando resistentes ao tratamento padrão, são até mesmo elegíveis ao Car-T-Cell, técnica inovadora que utiliza engenharia genética para fazer com que as células imunes do paciente passem a destruir o câncer.
Em casos mais avançados, pode ser indicado um transplante de células-tronco, também chamado de transplante de medula, para o tratamento do linfoma.
O linfoma é grave?
Segundo o Hospital Nove de Julho, também em São Paulo, o prognóstico depende de fatores como graus de agressividade do linfoma, o seu subtipo e a condição clínica do paciente.
Mas, no geral, o hospital destaca que a maior parte dos casos tem boa perspectiva, com altíssimas taxas de cura. Outros nem mesmo chegam a demandar tratamento, pois o acompanhamento já é suficiente.
Em casos mais raros, a doença é resistente, e o paciente não consegue alcançar a cura mesmo após várias linhas e tipos diferentes de tratamento.
Quais são os sintomas do linfoma?
Segundo informações da Rede D’Or, o principal sintoma do linfoma é o surgimento de caroços e ínguas em locais do corpo como a virilha, o pescoço e as axilas, onde há gânglios linfáticos.
Outros sintomas podem incluir:
Febre durante a noite;
Perda súbita de peso;
Anemia;
Alterações na contagem de alguns indicadores no hemograma (exame de sangue);
Cansaço excessivo;
Mal-estar;
Coceira no corpo;
Falta de ar e
Tosse.
O A.C. Camargo destaca ainda que formas mais agressivas dos linfomas não Hodgkin podem se manifestar também com:
Dor no pescoço, nos braços ou no abdômen;
Dificuldade para respirar;
Fraqueza nos braços e/ou nas pernas e
Confusão mental.