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Coronavírus

Mais de seis mil voos cancelados no mundo pelo avanço da variante ômicron

Pilotos, comissários de bordo e outros funcionários relataram que estavam doentes ou precisaram entrar em quarentena, o que obrigou muitas companhias aéreas a cancelar voos

AeroportosAeroportos - Foto: Pixabay

Mais de 6.000 voos foram cancelados em todo o mundo durante o fim de semana prolongado do Natal e milhares foram adiados devido à variante ômicron do coronavírus, informou o site Flightaware.

Para agravar o caos das viagens nos Estados Unidos, o clima na região oeste do país deve prejudicar os deslocamentos por rodovias.

De acordo com o Flightaware.com, no sábado (25) foram cancelados mais de 2.800 voos em todo o planeta, incluindo 990 com origem ou destino a aeroportos dos Estados Unidos. Também foram registrados mais de 8.500 atrasos até 5H00 GMT (2H00 de Brasília) de domingo.

Na sexta-feira (24) foram registrados quase 2.400 cancelamentos e 11.000 atrasos. Para domingo, os cancelamentos já superam 1.100.

Muitas companhias aéreas procuradas pela AFP mencionaram como causa do problema a nova onda da pandemia, que afeta em particular as tripulações.

Pilotos, comissários de bordo e outros funcionários relataram que estavam doentes ou precisaram entrar em quarentena, o que obrigou muitas companhias aéreas a cancelar voos durante um dos períodos de pico das viagens do ano.

A maioria dos voos foi programada antes do surto de ômicron, variante que está se espalhando em grande velocidade e é mais contagiosa do que as anteriores.

De acordo com o Flightaware, a United Airlines teve que cancelar 439 voos na sexta-feira e sábado, o correspondente a 10% das viagens programadas.

"O pico de casos de ômicron em todo país esta semana teve um impacto direto nas nossas tripulações e nas pessoas que dirigem nossas operações", afirmou a empresa em um comunicado, no qual afirma que busca soluções para os passageiros afetados.
 

A Delta cancelou 310 voos no sábado e 170 na sexta-feira, com a previsão de mais problemas no domingo, por causa da ômicron e, em menor medida, devido a condições climáticas adversas. 

Onze voos da Alaska Airlines foram cancelados, depois que alguns de seus funcionários relataram terem sido "potencialmente expostos ao vírus" e tiveram que iniciar um confinamento. 

As empresas chinesas representaram o maior número de cancelamentos: a China Eastern cancelou 1.000 voos e a Air China 264, o que nos dois casos representa mais de 20% das decolagens programadas. 

"Frio incomum"

Os cancelamentos adicionaram frustração à pandemia porque impediram os encontros de muitas famílias no Natal, depois que o Natal de 2020 foi muito prejudicado pela pandemia.

Segundo estimativas da Associação Automobilística Americana (AAA), mais de 109 milhões de americanos devem deixar sua área de residência de avião, trem ou carro, entre 23 de dezembro e 2 de janeiro, um aumento de 34% em relação ao ano passado.

Mas a maioria dos planos de férias e reuniões familiares aconteceu antes do surgimento da variante ômicron, que se tornou dominante nos Estados Unidos, sobrecarregando alguns hospitais e profissionais de saúde.

O estado de Nova York anunciou na sexta-feira um recorde de novos casos de coronavírus em 24 horas com 44.431, em meio a uma retomada das infecções nos Estados Unidos. 

Quanto ao clima, enquanto os estados do leste registram temperaturas altas incomuns, o National Weather Service (NWS) alertou para uma frente fria com baixas temperaturas que afetará o oeste. 

"Condições de frio anormais e um fluxo de umidade do Pacífico levam a períodos prolongados de neve nas montanhas e chuva na costa e nos vales", disse o NWS em um comunicado. 

Espera-se que entre 60 e 48 centímetros de neve caiam neste fim de semana nas montanhas Northern Sierra e Central da Califórnia e Oregon. 

A viagem será "traiçoeira e às vezes impossível" das Sierras às Montanhas Rochosas centrais no fim de semana devido às condições de neve, acrescentou o NWS.

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