Mandetta avalia disputar vaga no Senado no Mato Grosso do Sul com ministra de Bolsonaro
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina, antes do DEM e, agora, do União Brasil, é tida como favorita para o Senado pelos políticos do estado
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, do União Brasil, avalia disputar uma vaga no Senado pelo Mato Grosso do Sul, seu estado, em 2022. Com a fusão do DEM com o PSL, a avaliação de seus aliados é que um eventual projeto para a Presidência da República ganhou obstáculos e que seria melhor ele se concentrar em uma disputa regional. O problema, porém, é que a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina, antes do DEM e, agora, do União Brasil, é tida como favorita para o Senado pelos políticos do estado. Com convites do Republicanos, PP e PL para se filiar, ela aguarda a definição sobre a futura filiação de Jair Bolsonaro antes de definir para qual partido irá.
O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), deve sair como candidato a governador. Reeleito em primeiro turno na Prefeitura em 2020, Trad é tido como um candidato forte em pesquisas internas de seu partido. Hoje, seu entorno defende que ele componha uma chapa com Tereza Cristina. Procurado, ele diz que o momento de decidir sobre sua "provável candidatura" é no ano que vem.
Tereza Cristina é ainda disputada também por outro pré-candidato: o secretário de estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel, do PSDB. Riedel é o nome de Reinaldo Azambuja, atual governador, e vem travando conversas com a ministra sobre uma eventual aliança.
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Há ainda dois outros possíveis candidatos a governador: André Puccinelli (MDB), que já ocupou o cargo de 2007 a 2015 e foi impedido de concorrer em 2018 por estar preso, e a deputada Rose Modesto (PSDB), que pode se candidatar tanto ao governo quanto ao Senado.
Modesto estava negociando uma candidatura no PSL, que agora se fundiu ao DEM. A senadora Soraya Thronicke (PSL), que quer ser presidente estadual do União Brasil, anunciou que Modesto é a candidata do partido ao governo. Entre os integrantes do DEM, porém, o apoio a ela não está pacificado.
Mandetta ainda precisa demonstrar a viabilidade de seu nome ao Senado para conseguir uma aliança com um dos candidatos a governador, na avaliação de pessoas que acompanham as negociações. Há ainda a ameaça de Simone Tebet (MDB), hoje pré-candidata a presidente pelo MDB. Ela pode também entrar na disputa pelo Senado e concorrer com Tereza Cristina, tornando a disputa ainda mais acirrada.
Procurado pelo GLOBO, Mandetta, que era originalmente do DEM, diz que é cedo para definir sua candidatura e que está concentrado em ajudar o partido em seu projeto de fusão. Ele diz que só irá bater o martelo sobre qual vaga irá disputar em abril de 2022, prazo máximo dado pela Justiça Eleitoral.
Como integrante do diretório do União Brasil no Mato Grosso do Sul, ele disse que irá conversar com Rose Modesto para entender seus planos e que os candidatos que serão apoiados pelo partido ainda não estão definidos, inclusive porque a fusão acabou de acontecer.
Em conversa recente com aliados em Campo Grande, Mandetta disse que a única possibilidade que não considera é a de concorrer a deputado federal. Ele ocupou o cargo de 2011 a 2019. Sem mandato, ocupou o cargo de ministro da Saúde do governo Bolsonaro por pouco mais de um ano.