Logo Folha de Pernambuco

Brasil e França

Margareth Menezes assina acordo de cooperação audiovisual entre Brasil e França

No Rio nesta quinta-feira (3) para a solenidade, ministra da Cultura falou da importância da parceria histórica com o país europeu e de políticas da pasta para o setor

Margareth Menezes, e Jérémie Kessler, do CNC, assinam acordo de coopreação.Margareth Menezes, e Jérémie Kessler, do CNC, assinam acordo de coopreação. - Foto:  Divulgação/Claudio Andrade

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, esteve presente na manhã desta quinta-feira (3), no Armazém da Utopia, na Zona Portuária do Rio, para a assinatura de um acordo bilateral de cooperação audiovisual entre Brasil e França.

A cerimônia, realizada em meio às atividades do RioMarket, evento de negócios do Festival do Rio, contou também com a presença do diretor de assuntos europeus e internacionais do CNC (Centre National du Cinéma et de L'image Animée), Jérémie Kessler, a secretária do Audiovisual do MinC, Joelma Gonzaga, o cônsul geral da França no Rio, Gérard Maréchal, e o diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema), Alex Braga.

Parte das ações do Ano França-Brasil 2025, o acordo tem o objetivo de promover obras brasileiras no país europeu e vice-versa, e troca de conhecimentos relacionados à educação no campo cinematográfico e audiovisual e de políticas públicas, bem como ações para preservação, conservação, restauração de obras.

A parceria foi iniciada no Festival de Cannes do ano passado, em encontros entre Joelma e Kessler. Durante o evento, a ministra falou sobre a parceria entre os países e políticas para o setor.

— O cinema brasileiro está abrindo portas importantes, com demandas internacionais positivas. Além de mais acolhimento para as nossas produções, vamos poder conhecer mais do exemplo francês em temas como a regulação de mercado, como o VoD (vídeo sob demanda, como as produções nacionais exibidas em plataformas de streaming). — disse Margareth, adiantando que outros acordos internacionais estão sendo costurados, com países como a China. — Brasil e França têm uma parceria antiga, e o acordo vai possibilitar a ampliação dessas fronteiras.

Modelo de regulação
Jérémie Kessler destacou que o Brasil está entre os principais parceiros da França no audiovisual, e diz esperar a renovação do acordo de coprodução entre os países, assinado em 2017.

Sobre a troca de experiências criadas com a nova cooperação, o diretor do CNC detalhou como a legislação de VOD do país foi gestada.

— O nosso modelo foi negociado ao longo de oito anos, baseado numa ideia simples, que todos que se beneficiam das obras de um país devem contribuir para a sua produção — comenta Kessler. —Já são mais de dois anos desde que as obrigações de investimento dos streamings foram implementadas e foi positivo também para eles. Foi um acordo em que todos ganharam, uma vitória para a indústria local, o governo e para as plataformas.

Antes da cerimônia, a ministra falou sobre a situação do CTAv (Centro Técnico Audiovisual), equipamento público no bairro do Caju, Zona Norte do Rio, uma das principais instituições de preservação e difusão do audiovisual no país. Após redução em contratos terceirizados, houve um temor que o espaço paralisasse suas atividades.

O MinC refutou as alegações que circulavam em redes sociais, dizendo que o prédio passa uma "readaptação temporária das atividades" por conta de obras de modernização, para viabilizar a reabertura total em 2025, e que "os recursos para garantir suas atividades até o final de 2024 já estão assegurados."

— Nessa retomada das políticas públicas para a cultura, queremos atender a todo o sistema do audiovisual brasileiro. Estamos afinados com a Ancine, na construção de um Comitê Gestor com diversidade, no investimento de R$ 1,2 bilhão em chamadas públicas — diz a ministra.— O CTAv também está nesse foco. Não há perfeição, mas estamos sempre procurando acertar, e gerar mais oportunidades.

A secretária do Audiovisual do MinC diz vir todos os meses ao CTAv, e que os recursos para o funcionamento do espaço estão garantidos até o fim do ano.

— As obras estão terminando e a gente reabre o CTAv no ano que vem, trazendo de volta a sua vocação de formação, de preservação e como um lugar de referência para muitos cineastas brasileiros, como ele sempre foi — apontou Joelma.

Outro tema que mobilizou o setor esta semana foi a indicação da servidora do Ministério da Educação (MEC) Patrícia Barcelos para ocupar uma vaga na direção da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Entidades como a Associação Brasileira de Cineastas (Abraci) e a Associação Paulista de Cineastas (Apaci) questionaram o nome da servidora para ocupar a vaga de Tiago Mafra, que havia sido indicado por Jair Bolsonaro em 2021 e cujo mandado está vencendo.

Patrícia integra desde 2003 o Conselho Superior do Cinema e, em abril, passou a participar também do Comitê Gestor do Fundo Setorial Audiovisual. Na carta aberta, as entidades solicitaram que a quarta vaga na diretoria da agência priorizasse “um(a) profissional que possua vivência e experiência comprovada no mercado audiovisual brasileiro”.

— A Patrícia conviveu e convive conosco no Conselho Superior, e depois no Comitê Gestor, onde são tomadas as decisões de investimento e aplicação de recursos. Neste novo contexto, já tivemos quatro reuniões, não só de definição de investimentos, mas de avaliação de cenários, de números e dados — conta Alex Braga. — As nossas expectativas (em relação a Patrícia) são as melhores possíveis, de minha parte e de outros diretores e servidores também.

Relações históricas
Diretora executiva do Festival do Rio, Ilda Santiago, que estava presente à mesa da solenidade, destacou a oportunidade de a celebração do acordo acontecer em um evento relacionado à mostra carioca.

— As relações culturais entre os países são históricas, e no cinema elas têm sido cada vez mais aprofundadas. Basta ver o número de coproduções no festival, e como a filmografia francesa é sempre bem representada aqui — comenta Ilda. — É um passo importante para 2025, com o Ano do Brasil na França e da França no Brasil, e com o G20, na esperança que mais colaborações possam ser firmadas.

Veja também

Blake Lively processa Justin Baldoni por assédio sexual em gravações
ASSÉDIO SEXUAL

Blake Lively processa Justin Baldoni por assédio sexual em gravações

''Ela é muito forte'', diz amiga de Preta Gil após cirurgia de 20 horas
celebridades

''Ela é muito forte'', diz amiga de Preta Gil após cirurgia de 20 horas; entenda o caso

Newsletter