Metroviários aprovam acordo coletivo de trabalho, mas categoria ainda pode entrar em greve
O estado de greve será decidido em assembleia prevista acontecer no próximo dia 22 agosto
Em assembleia realizada na noite desta terça-feira (30), os metroviários de Pernambuco aprovaram, com a maioria dos votos dos presentes, o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2025.
A reunião aconteceu em frente à Estação Recife, no bairro de São José.
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Entenda o acordo
O acordo aprovado garante reajuste de 2,58%, que incidirá sobre todas as cláusulas econômicas, com pagamento retroativo a maio de 2024; 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para 2025; extensão do auxílio-creche para empregados do sexo masculino, e a idade máxima da criança passa de 4 anos para 5 anos e 11 meses.
A coordenadora da campanha salarial da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e diretora do Sindmetro-PE, Telma Barbosa, explicou que esteve acompanhada da diretora do Sindmetro, Glaucia Ferreira, e da presidente da Fenametro, Alda Lúcia, na Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest).
Telma afirmou que as sindicalistas participaram de uma reunião com a assessora jurídica Elisa Alves e o assessor Heiguiberto para discutir assuntos relacionados ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Sobre a proposta que os sindicatos receberam da empresa, foi destacado que a Sest não concedeu o aumento na cesta básica.
"A expectativa da categoria era de um acordo melhor, que pudéssemos atingir pelo menos a inflação, com um índice de 19%, mas não foi atendido. Assim, saímos frustrados. A empresa foi protelando, dizendo que podia prorrogar o acordo, mas não prorrogou e chegou no limite. Dessa forma, não podíamos mais negociar porque ficaríamos sem acordo e a categoria perderia todos os direitos já adquiridos", afirmou o presidente do sindicado, Luíz Soares.
Ainda segundo o presidente do sindicato, o acordo não traz nada de novo e apenas garante que a categoria não perca nenhum direito já adquirido e volte para o regime que consta na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
"Para todos os efeitos, isso é a manutenção, sem perda de nenhuma cláusula. Isso tem uma certa importância, mas agora é continuar a luta", disse o líder do Sindmetro.
Categoria ainda pode entrar em greve
Luiz Soares também trouxe para a reunião o andamento do ACE (Acordo Coletivo Especial), que estava parado desde o início de maio na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SEPPI) da Casa Civil.
A ação de assinatura do acordo estaria aguardando a devolução do processo do ACE para o Conselho de Administração (Conad) da CBTU. No entanto, de acordo com o sindicato, até o momento, nada foi feito.
O presidente teria entrado em contato com os técnicos da SEPPI na última quinta-feira (25). A Casa Civil teria oficializado o Conad da CBTU através do SEI, fornecendo todas as respostas solicitadas pelo CONAD, ainda na sexta-feira (26).
O Acordo Coletivo Especial tem como objetivo garantir aos trabalhadores que, caso o metrô seja privatizado, eles serão remanejados para outros órgãos do governo.
"A luta agora é pela assinatura do ACE. Além disso a nossa principal luta é a retirada da CBTU do PND, assim garantimos os investimentos necessários para ter um um metrô eficiente e com qualidade pra atender bem a população", declarou.
A categoria ainda pede a realização de novos concursos para "recuperar a capacidade de mão de obra", que teria sido perdida.
"A gente tinha dois mil funcionários, hoje só tem mil e seiscentos, a gente precisa recuperar isso, e só com a retirada da CBTU do PND", contou Luiz.
O estado indicativo de greve, decretado em assembleia realizada no dia 9 de julho permanece. A paralisação da categoria será decidida em assembleia prevista acontecer no próximo dia 22 de agosto, e depende da assinatura do Acordo Coletivo Especial.
"No próximo dia 22 de agosto, teremos uma nova assembleia, na qual discutiremos o ACE e a retirada da CBTU do PND. Caso essas questões não sejam aprovadas, vamos parar. É greve!", disse Luiz Soares.