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Denúncia

Morre mulher trans pernambucana que foi a SP colocar silicone; marido denuncia negligência

No estado, Washington Barbosa, conhecido como Tom Negro, tem recebido apoio de organizações LGBT+, da deputada Erica Malunguinho e da vereadora Erika Hilton

Lorena MunizLorena Muniz - Foto: Reprodução Instagram

Lorena Muniz, de 25 anos, tinha o sonho de colocar silicone nos seios. A pernambucana, uma mulher trans, foi em busca de um cirurgião conhecido por esse tipo de procedimento em Taboão da Serra (SP). Ela viajou, recentemente, em busca da realização. A morte de Lorena foi confirmada neste domingo (21), por seu marido, Washington Barbosa, conhecido nas redes sociais como Tom Negro, que denuncia negligência no caso da esposa. "Quatro mil reais. A vida de Lorena valeu quatro mil reais", diz o jovem, revoltado. 

A pernambucana viajou para São Paulo e deixou R$ 4 mil com a clínica. O combinado, segundo Tom, foi metade do valor antes do procedimento e a outra metade depois. Na última quarta-feira (17), Lorena foi deixada sedada, inconsciente, na clínica, em meio a um incêndio, ocasionado por um curto-circuito.

"O ar-condicionado pegou fogo, todos saíram correndo, ela ficou lá, inconsciente, sedada, inalando fumaça. Chegou a ficar por sete minutos inconsciente, e isso gerou um prejuízo para o oxigênio no cérebro dela, segundo os médicos", explica Tom em postagens nas suas redes sociais. Segundo ele e outras testemunhas que estavam com Lorena no dia da sua cirurgia, ela só foi socorrida com a chegada dos bombeiros, que a levaram ao Hospital das Clínicas, em São Paulo (SP), onde estava internada em estado grave.

No sábado (20), Tom seguiu para São Paulo, já que a vida financeira apertada obrigou Lorena a ir em busca do sonho sozinha. "A situação de Lorena fala de algo muito profundo. Não é só o absurdo de uma travesti abandonada numa mesa de cirurgia sedada, é um processo de exclusão que leva as pessoas trans e travestis a se arriscarem em muitos níveis", diz o pernambucano. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Em São Paulo, o caso de Lorena recebeu todo o apoio da deputada estadual Erica Malunguinho (Psol), que, aliás, foi importante fonte de divulgação do estado da pernambucana e do desenrolar da situação. No começo da tarde deste domingo (21), Erica deu a triste notícia: "É com pesar que informo que, hoje de manhã, infelizmente, fui informada que Lorena Muniz faleceu. Sua morte cerebral foi decretada na madrugada deste domingo (21)". Ainda na publicação, a parlamentar afirma: "É preciso organizar a revolta e pensar estratégias possíveis para que as pessoas culpadas sejam imediatamente responsabilizadas". 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Em outra publicação, agora assinada também pela vereadora por São Paulo Erika Hilton (Psol), o perfil oficial de Malunguinho no Instagram falou do apoio que Tom e a família de Lorena têm recebido de organizações LGBT+. “Não tenho muitas palavras diante da atrocidade que é o caso ao qual Lorena foi submetida. É uma realidade que, inclusive, também pode prejudicar pessoas que não são trans. É fundamental que os órgãos competentes fiscalizem esses locais”, diz a nota. 

Erika Hilton diz que "Não devemos medir esforços para traçar uma estratégia jurídica e política para que a clínica, localizada em Taboão da Serra (SP), e seus braços em outras cidades, sejam investigados e responsabilizados, bem como os profissionais responsáveis pelos procedimentos. É indignante, mas não podemos permitir a espetacularização da morte por negligência médica e permitir que o ocorrido com mais uma travesti passe impune".

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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