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Orçamento 2022

Orçamento 2022: Relator cede à pressão de Bolsonaro e inclui reajuste de quase R$ 2 bi a policiais

Presidente da República procurou deputado Hugo Leal (PSD-RJ) ontem para insistir no pleito da categoria

Policiais federaisPoliciais federais - Foto: Arquivo/Agência Brasil

O relator-geral do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), incluiu em nova versão do seu parecer, nesta terça-feira (21), um reajuste de R$ 1,9 bilhão a policiais federais no ano que vem. A decisão ocorre um dia após Leal ter sido procurado pelo presidente Jair Bolsonaro para viabilizar o aumento.

Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu ao Congresso para reservar R$ 2,8 bilhões no Orçamento com o objetivo de conceder esses reajustes. Embora não estivesse especificado, o valor seria usado para aumentar os salários das forças de segurança federais.

Por determinação de Bolsonaro, que está focado na campanha à reeleição, o governo quer conceder aumento para integrantes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e de carreiras do Ministério da Justiça.

 

A primeira versão do parecer apresentado ontem pelo relator não contemplava o aumento aos policiais. O governo, no entanto, fez um esforço nas últimas horas para buscar formas de garantir o benefício.

A aliados, Hugo Leal relatou que ficou em uma "saia justa". Ele e alguns parlamentares consideram que conceder o reajuste apenas aos policiais pode causar um efeito negativo diante de outras categorias que possuem demandas semelhantes e podem intensificar a pressão.

Durante as tratativas, a presidente da Comissão Mista de Orçamento, senadora Rose de Freitas (MDB-RS), também reclamou da falta de planejamento do governo.

— Esse impasse que eles colocam sempre para o Congresso fica também para eles. Eles têm de dizer de onde sai (o dinheiro para) o que eles estão propondo — criticou Rose.

Para garantir o aumento dos policiais, foi necessário fazer cortes em outras áreas do Orçamento.

O novo parecer de Leal ainda precisa ser apreciado pela CMO, e, depois, em plenário. As votações estão previstas para ocorrer ainda nesta terça.

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