Orquestra Criança Cidadã e a formação de jovens no ofício
Novos alunos estão participando do processo seletivo que já te inscrições encerradas; a previsão de novas turmas é para o final de 2022
Além do importante trabalho de formação de jovens músicos oriundos de comunidades carentes do Recife, a Orquestra Criança Cidadã também desenvolve, desde 2012, o curso de Luteria e, desde setembro de 2021, o de arqueteria - fabricação de arcos para instrumentos de cordas. Ambos formam novas turmas de jovens a cada três anos. Um novo grupo de jovens está participando de processo seletivo que já teve inscrições encerradas. A previsão de novas turmas é para o final de 2022.
O luthier e professor Carlos Alberto Gomes Filho assumiu o curso em 2014 mas começou a dar aula efetivamente em janeiro de 2015. “Suponho que antes existia uma grande evasão por desconhecimento do ofício. Os jovens entravam como alunos com vontade de tocar e se tornar um músico e acabavam desistindo. Quando cheguei não tinha nenhum aluno ativo no curso de luteria. Em 2015, montei um turma com sete alunos, dos quais dois estão até hoje aqui na instituição e atualmente com status de monitores”, afirma Carlos.
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Desafios da formação
“No curso de luteria deveria de ter dois alunos formados, mas fiz o possível para manter eles na instituição pois eles não teriam condições financeiras para montar a sua própria oficina e compra as ferramentas. É uma profissão 'não tradicional' com potencial muito grande! Porém, como qualquer profissão exige muita dedicação, paciência e investimentos tanto financeiros quando de tempo. Talvez esses últimos sejam os mais difíceis pelo custo das ferramentas e material importados”, pondera.
“É um ofício muito gratificante, tranquilo, a tendência é o profissional trabalhar de forma autônoma atendendo diretamente ao músico. Tive a oportunidade de ingressar nesse ofício em um projeto social como a OCC na minha cidade natal, em João Neiva, Espírito Santo”, lembra o professor, que acredita na profissão como oportunidade de colocação profissional de jovens periféricos.
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