Partido que unirá DEM e PSL quer atrair Alckmin e Zema para nova sigla
De saída do PSDB, ex-governador de São Paulo se reuniu com representantes das duas siglas, além de manter conversas com PSD e PSB; governador de Minas se aproximou de ACM Neto
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Após o avanço do projeto de fusão, na semana passada, DEM e PSL agora unem esforços para trazer nomes de peso para disputar as eleições de 2022 nos dois estados com os maiores colégios eleitorais do país.
Representantes de ambas as siglas desejam que o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, de saída do PSDB, ingresse na legenda que resultará da união para concorrer novamente ao Palácio dos Bandeirantes.
As primeiras indicações são de que o tucano está disposto a conversar. Em outra frente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, avalia deixar o Novo, e vem se aproximando do presidente do DEM, ACM Neto, com quem se reuniu em Brasília, segundo a colunista Bela Megale.
O GLOBO apurou que, na última quinta-feira, Alckmin se encontrou com Antônio Rueda, vice-presidente nacional do PSL. Antes, o tucano já havia conversado com dirigentes do DEM. Para integrantes das duas siglas, o tucano é um nome com mais musculatura política para disputar o governo de São Paulo do que o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), preferido do governador João Doria.
Para seduzir Alckmin, DEM e PSL destacam que a fusão deixaria a legenda com o maior fundo partidário do país, angariando cerca de R$ 330 milhões em 2022, e o maior tempo de propaganda eleitoral na televisão.
Além do apoio de Rueda, Junior Bozzella, vice-presidente do PSL de São Paulo, também defende o ex-governador e sonha com uma chapa “puro-sangue”, com Garcia vice. "Tínhamos um projeto de candidatura com o Major Olimpio (senador morto em março). O projeto de fusão faz com que possamos eleger de 30% a 40% de governadores do país. Há um interesse de ambas as partes nessa união", disse.
A negociação, no entanto, não agrada a José Luiz Datena, pré-candidato do PSL à Presidência, que diz não ter sido consultado.
Alckmin também mantém diálogos com o ex-governador Márcio França (PSB) e com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que atua para afastá-lo da fusão. No último sábado, o tucano se reuniu com os dois em um evento em São Paulo. Alckmin também negocia com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) um “pacto” contra Doria, seu ex-apadrinhado no PSDB e atual adversário político, nas eleições do ano que vem. A dupla estuda a possibilidade de apoio mútuo em um eventual segundo turno em São Paulo contra Garcia. Procurado, Alckmin não retornou o contato.
Enquanto isso, Zema é outro nome no radar. Aliados do governador mineiro defendem a entrada em um partido mais robusto para tentar a reeleição, com mais recursos do fundo partidário, o que a fusão garantiria. Para a negociação avançar, entretanto, Zema depende da decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), cortejado pelo PSD. Caso o chefe do Congresso permaneça no DEM, a ida de Zema deve passar pela análise dele.