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NEGÓCIOS

Petrobras perde R$ 34 bilhões em valor de mercado após saída de Jean Paul Prates

As ações chegaram a cair até 9,57% nesta quarta, após a demissão de Prates do comando da empresa

PetrobrasPetrobras - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) encerraram esta quarta em queda de 6,78% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto) 6,04%, totalizando uma perda em valor de mercado de R$ 34 bilhões, segundo estimativa da Elos Ayta Consultoria.

Mais cedo, as ações chegaram a cair até 9,57%, na mínima do dia, e a entrar em leilão na B3, um mecanismo da Bolsa para quando há uma oscilação muito forte nas cotações.

Jean Paul Prates foi demitido ontem do comando da estatal, em meio a atritos com o governo em assuntos que vão de dividendos a retomadas de grandes obras da empresa. Ele será substituído por Magda Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Apesar do currículo de Magda, que foi funcionária da Petrobras por mais de 20 anos e tem experiência no setor, ter sido bem-visto, o mercado vê maior risco de interferência política na estatal.

O Citigroup disse em nota que a demissão de Prates marca uma deterioração na governança da Petrobras e Magda chega com pressão para acelerar a expansão dos investimentos da Petrobras, o que pode resultar em menores dividendos.

Por outro lado, o Goldman Sachs destacou em relatório que a atual governança da estatal impede mudanças significativas por uma nova diretoria. O banco reconhece, no entanto, que a saída de Prates retoma os ruídos sobre intervenção política.

Para a XP Investimentos, a mudança repentina na gestão traz incerteza. "Os investidores estão particularmente preocupados com conflitos de interesse em temas como distribuição de dividendos, política de preços, planos de investimento, passivos fiscais contingentes e outros. Embora não esperemos mudanças significativas nos dividendos e planos de capex a curto prazo, reconhecemos que a incerteza aumenta consideravelmente a percepção de risco", escreveram os analistas em relatório.

"Não é preciso dizer que isso é negativo, e acreditamos que os investidores começarão novamente a precificar maiores riscos de interferência política na empresa", afirmou o BTG Pactual em relatório.

Uma preocupação do mercado, destacou o banco, é que Prates era visto como um "forte defensor" da remuneração aos acionistas, então a postura de Magda em relação a esse assunto será importante para tranquilizar os investidores.

O BTG reiterou a sua recomendação de compra para as ações, no entanto, e afirma que essa troca não deve diminuir o pagamento de dividendos de forma significativa.

Mais cedo, o Jefferies, banco de investimentos americano, cortou a recomendação dos ADRs da Petrobras de compra para neutro e reduziu o preço-alvo de US$ 21,20 para US$ 17,70, afirmando que a troca no comando da estatal indica uma escalada na intervenção política na empresa.

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