Porto do Recife movimentou 201,5 mil toneladas de fertilizantes em 2021; mais de 19% foram da Rússia
Maior parte de fertilizantes chegou ao terminal portuário da capital pernambucana a partir da Bélgica
O Porto do Recife movimentou, em 2021, um total de 201.509 toneladas de fertilizantes. A Rússia foi o segundo maior exportador do produto, com 38.870 toneladas, equivalente a cerca de 19,3% do total.
A maior parte de fertilizantes chegou ao terminal portuário da capital pernambucana a partir da Bélgica, um total de 79.543 toneladas. Marrocos, Canadá e China também exportaram adubos através do Porto do Recife, mas em menor quantidade.
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Para o próximo domingo (6), o Porto do Recife espera a chegada do navio Panda, que irá descarregar mais de 5 mil toneladas de fertilizantes russos.
O adubo russo esteve entre as pautas abordadas pelo presidente Jair Bolsonaro em visita, no mês passado, ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, antes do início da invasão à Ucrânia.
O tópico é uma preocupação do setor do agronegócio. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o País tem estoque até outubro, mas há preocupação para a safra de verão e, por isso, ela irá até o Canadá para realizar negociações.
Nos dois primeiros meses de 2022, aponta o Porto do Recife, a movimentação de fertilizantes superaou o mesmo período do ano passado. Em janeiro, foram 27.429 toneladas, representando um crescimento de 13,46%, em relação ao ano anterior, e em fevereiro foram 26.190 toneladas, com 79,80% de aumento.
A movimentação no bimestre chegou a 53.619 toneladas, representando 38,40% de crescimento. A carga é tradicional no ancoradouro recifense, sempre apresentando grandes movimentações.
Mesmo com os bons resultados, o Porto do Recife se prepara para um cenário desafiador e possíveis impactos nas importações do produto.
“Com o prolongamento desse conflito, já podemos considerar um dos principais impactos o aumento no valor dos fertilizantes. Sem Rússia e Ucrânia como fornecedores, a demanda será maior para outros países que não possuem uma produção tão alta de matérias-primas, encarecendo o produto”, afirma o diretor Comercial e de Operações do Porto do Recife, José Divard de Oliveira.
“Como o Porto importa mais da Bélgica, é possível que não tenha um impacto tão grande nas movimentações, mas tudo vai depender de como a empresa importadora vai negociar com os outros fornecedores", completa.
No ancoradouro ainda não houve cancelamentos de atracação e as embarcações de fertilizantes previstas continuam confirmadas.
Movimentação
A movimentação alta ocorre principalmente devido principalmente à demanda da Fertine, empresa que possui uma indústria instalada na zona portuária há mais de 23 anos. Toda a matéria-prima para a sua produção de adubos vem através do ancoradouro recifense.
Os fertilizantes produzidos no Recife abastecem o agronegócio do Estado, como também da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Ano ano passado, a Fertine renovou o contrato de arrendamento para permanecer por mais 17 anos.