política

PSD desiste de lançar Alckmin em São Paulo; ex-tucano almeja vaga de vice de Lula

Tendência é que o ex-governador ingresse no PSB, caso confirme a decisão pelo projeto nacional; saída da disputa estadual movimenta o cenário eleitoral paulista

Geraldo AlckminGeraldo Alckmin - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O PSD não conta mais com a possibilidade de ter Geraldo Alckmin como candidato a governador de São Paulo na eleição deste ano. De acordo com dirigentes, o ex-titular do Palácio dos Bandeirantes, que saiu do PSDB em dezembro e ainda não anunciou o seu futuro político, deixou claro em conversas que está mais interessado em ser vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na chapa presidencial.

Sem Alckmin, o PSD passou a procurar um nome para a corrida eleitoral no estado. Os dirigentes do partido elogiaram a postura do ex-governador de deixar claro, com antecedência, o interesse de ser candidato a vice de Lula, mas ainda não têm um substituto.

A saída de Alckmin da disputa estadual mexe com o xadrez eleitoral paulista. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em dezembro, o ex-governador lidera a corrida com nove pontos de vantagem. Nos cenários em que ele não é apresentado ao eleitor, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) é quem mais ganha pontos, saltando de 19% para 28%. O ex-governador Márcio França (PSB) aparece em primeiro quando nem Alckmin nem Haddad concorrem.

Políticos paulistas acreditam que o cenário ainda vai mudar, já que o percentual de quem não tem candidato varia de 20% a 30%.

Caso se decida mesmo pelo projeto nacional, a tendência é que Alckmin ingresse no PSB. No dia 19 de dezembro, o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, fez o convite formal para o ex-tucano. Segundo o dirigente partidário, o ex-governador ficou de avaliar o cenário e dar uma resposta. Alckmin passou a última semana em seu sítio em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo.

Embora tenha cogitado inicialmente concorrer ao governo paulista pelo PSD, Alckmin intensificou suas conversas com petistas e ficou mais próximo de Lula a partir de novembro.

Sindicalistas próximos ao ex-tucano percebem uma guinada no discurso de Alckmin para temas nacionais nos últimos meses.

"As análises dele passaram a ser macroeconômicas e voltadas para questões de política nacional. Nós o apoiamos para que a questão do governo estadual fique para trás" afirma o secretário geral da Força Sindical João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Além do PSB, o ex-governador paulista também tem convites para se filiar ao PV e ao Solidariedade, presidido por Paulinho da Força, com quem ele deve se reunir nos próximos dias.

A entrada de Alckmin no PSB para ser vice de Lula ainda enfrenta entraves. Os socialistas querem que o PT se alie aos seus candidatos em cinco estados: São Paulo, Espírito Santo, Rio,Pernambuco e Rio Grande do Sul. A maior dificuldade é em São Paulo. O PSB quer lançar o ex-governador Márcio França, e o PT, o ex-prefeito Fernando Haddad.

PT e PSB também discutem a formação de uma federação partidária, que incluiria ainda a participação do PCdoB e do PV. Como mostrou o GLOBO na semana passada, Siqueira passou a ver com pessimismo a possibilidade de concretização da federação depois de uma reunião com Lula no dia 20. 

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