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Futuro

Saída da pandemia passa por vacinação e confiança na ciência

Durante toda a pandemia, trabalho dos cientistas orientou a população, transmitindo a segurança necessária.

Pesquisas estão por trás do desenvolvimento das vacinasPesquisas estão por trás do desenvolvimento das vacinas - Foto: Nelson Almeida/AFP

No futuro, quando tudo isso estiver apenas nos livros de História, é bem possível que todo este período que vivemos sob a ameaça do coronavírus seja dividido, para fins didáticos, em duas fases. A primeira, que engloba praticamente todo o ano de 2020, será certamente marcada pelo clima de incerteza constante e pela necessidade de adaptação geral a uma realidade trágica.

A segunda, que perpassa 2021, é não menos dramática, com as novas ondas e picos de transmissão e mortes, mas trouxe o instrumento que faltava para se vislumbrar, de forma mais concreta, o fim da maior crise do nosso tempo: a vacina. Em todos esses momentos, o trabalho dos cientistas orientava a população, transmitindo a segurança necessária.

A confiança na ciência e a esperança pela chegada dos imunizantes contra a Covid-19 se expressavam nas mensagens e publicações que circulavam naquela época entre o Natal e o Réveillon, com o desenho de uma seringa no lugar do número “1” de “2021”.

Não era para menos. O que antes era uma perspectiva positiva hoje se confirma nos números. No final de outubro, com taxas superiores a 70% da população completamente vacinada, países como Portugal, Espanha e Itália registravam índices de mortalidade cada vez menores enquanto outras localidades, como Rússia e Romênia, onde as proporções de vacinados só estavam um pouco acima de 30%, apresentavam curvas crescentes de mortes. No Brasil, que passou dos 50% de imunizados com as duas doses, os indicadores caem a cada semana.

Credibilidade científica
A saída da pandemia só será possível por meio da ciência. Não apenas na busca pela produção das vacinas, é a atuação de técnicos e pesquisadores que norteia as ações e decisões tomadas pelas pessoas na superação de uma crise de impacto global.

Diferentemente de agora, em que a aposta está na vacinação, em outros períodos, como o da Gripe Espanhola, o cumprimento de medidas não farmacológicas, como distanciamento social e higienização das mãos, foi o vetor de sucesso contra a circulação da doença.

“Naquela época, o mundo não era tão interconectado. Da Primeira Guerra Mundial para hoje, o desenvolvimento, sobretudo, da aviação é inconteste. Antes, eram os navios, que levavam dias para chegar em um lugar, às vezes, ultrapassando o tempo de incubação do vírus. Na Gripe Espanhola, morreram mais pessoas, mas as medidas não farmacológicas foram adotadas com mais rigor do que hoje. O uso de máscara e o confinamento dos infectados foram imposições, ações que atualmente não são cumpridas mesmo com teste”, observa a médica e pesquisadora do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz-PE), Ana Brito.

Seja qual for a estratégia que resultará, de fato, no fim da crise sanitária, o presente reafirma aquilo que a História demonstrou repetidas vezes: a colaboração com a ciência deve sempre pautar o comportamento das pessoas. “A pandemia reforçou que nós precisamos uns dos outros e que o pensamento deve ser coletivo”, comenta o representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Eduardo Jorge Fonseca.

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