Hospital da Restauração

Secretaria Estadual de Saúde diz que o incidente no Hospital da Restauração foi um caso pontual

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o incidente registrado foi um caso pontual, e não tem qualquer relação com problemas estruturais na edificação

Funcionários e pacientes viveram momentos de tensão no HR, na última segunda (2) Funcionários e pacientes viveram momentos de tensão no HR, na última segunda (2)  - Foto: Reprodução Instagram

Após parte do forro do teto do Hospital da Restauração (HR) cair na tarde da segunda-feira (2), por conta do rompimento de uma tubulação de água potável, entidades realizaram vistorias no local e emitiram comunicados sobre o caso.

O incidente ocorreu na Sala Laranja 1 da Unidade de Trauma. Dez pacientes da sala vermelha e 86 da sala laranja precisaram ser realocados. Não houve feridos e nenhuma morte foi registrada

Com o serviço de manutenção concluído, por volta das 17h do mesmo dia, os pacientes retornaram aos locais de origem, e as visitas foram normalizadas. 

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o incidente registrado foi um caso pontual, e não tem qualquer relação com problemas estruturais na edificação. 

“O vazamento de água se deu por conta do rompimento de uma tubulação de água potável em uma área que foi construída em 2014 e a vazão da água pressionou duas placas de gesso, fazendo com que cedessem na área da emergência do trauma. A SES-PE lamenta o fato, mas ressalta que nenhum paciente sofreu danos”, disse na nota. 

Ainda na nota, a SES-PE afirmou reconhecer a grande demanda nas emergências da rede estadual de Saúde e atribuiu a demanda reprimida motivada pela pandemia da Covid-19; a grande retomada da circulação de pessoas; e a falta de resolutividades nos serviços municipais. 

“Para enfrentar este cenário, a Secretaria Estadual de Saúde vem atuando permanentemente para qualificar a assistência prestada à população nas unidades de saúde ligadas à rede estadual. No caso específico do HR, a SES-PE vem adotando medidas de reforço assistencial, especialmente na área da neurologia – responsável pela maior parte do volume de atendimento do trauma na unidade”, destacou. 

Na segunda-feira (2), de acordo com a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde da Capital, foi instaurada uma Notícia de Fato com a determinação de remessa de ofício à direção do hospital para que se pronunciasse sobre as imagens e as providências adotadas. A direção respondeu na terça (3) ao ofício e informou que “o setor de engenharia do hospital havia verificado que o local estava seguro e, inclusive, já havia voltado a funcionar no final da tarde do mesmo dia (2)”. 

Ainda de acordo com a Promotoria, também será realizada inspeção no local pelos analistas ministeriais em medicina e engenharia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), até o final desta semana.

Na manhã da terça, os diretores do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe), Maurício Matos e Silvio Rodrigues e a equipe de fiscalização vistoriaram a emergência do HR. Os conselheiros foram recebidos pelo diretor da unidade, Miguel Arcanjo, para averiguar as condições estruturais da emergência de trauma. 

“Nós constatamos que estava completamente reparado, não só a parte que desabou, mas algumas placas vizinhas. Não havia nenhum vazamento, os pacientes estavam ocupando o mesmo local, e não havia tido nenhuma descontinuidade ou fechamento por mais tempo do setor. Os dados estão sob análise da diretoria de fiscalização para, após a conclusão do relatório, serem encaminhados de volta à presidência para a nossa análise”, destacou o presidente do Cremepe, Maurício Matos. 

Mais fiscalizações

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) também fiscalizou, na noite do acidente, como estava a assistência aos pacientes por profissionais da categoria

De acordo com a Chefe do Departamento de Fiscalização do Coren-PE, Ivana Andrade, a autarquia já tinha relatado, em outras ocasiões, os mesmos problemas encontrados na fiscalização.

“Do relatório que fizemos, destacamos a superlotação em várias áreas, déficit de pessoal e problemas estruturais que não dão segurança aos pacientes nem para os profissionais exercerem suas atividades. Quando a equipe chegou à unidade, à noite, os reparos provisórios foram feitos para dar continuidade à assistência, mas cobramos a solução definitiva do que já cobrávamos em outras fiscalizações de rotina”, explicou Ivana.

O Coren-PE ressaltou, ainda, que os fiscais constataram vários outros pontos de infiltração, com paredes mofadas; posto de enfermagem sem condições adequadas; e local de repouso dos profissionais insalubre. 

A Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps) protocolou, na terça-feira, uma Ação Civil Pública (ACP) contra o Estado e o Hospital da Restauração para que sejam responsabilizados civil e criminalmente acerca do acidente. Entre os pedidos na ACP está o de que o setor seja interditado até que esteja devidamente recuperado e seguro para receber os enfermos.

“A Restauração é um grande hospital, que presta um relevante serviço à sociedade, na área de neurologia, neurocirurgia, queimados, politraumatizados, pacientes graves em geral. Deveria ser não apenas uma referência pela atividade dos profissionais, como é, mas também referência pelo cuidado com a estrutura”, destacou a coordenadora executiva da Aduseps, Renê Patriota

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