Logo Folha de Pernambuco

Silvio Almeida

Silvio Almeida assinou lei que criou programa contra assédio sexual em órgãos públicos

Silvio foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (06)

Silvio AlmeidaSilvio Almeida - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Em abril do ano passado, o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida foi um dos ministros que assinaram uma lei que instituiu um programa de combate ao assédio sexual em órgãos públicos.

Nesta sexta-feira (06), ele foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após virem à tona denúncias de assédio sexual. As vítimas seriam integrantes do governo, sendo uma delas a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O ministro nega as acusações (veja abaixo).

A lei em questão é a nº 14.540, que criou uma cartilha de enfrentamento ao assédio sexual a serem adotadas por autarquias e fundações públicas federais. Além de Silvio Almeida, assinaram a norma sancionada por Lula os ministros Camilo Santana (Educação), Flávio Dino (ex-ministro da Justiça, atual ministro do Supremo Tribunal Federal) e Cida Gonçalves (Mulheres).

A cartilha criada pela lei assinada por Silvio Almeida prevê que os órgãos públicos devem realizar uma "rápida adoção de medidas" para repreender servidores que cometerem assédio sexual. A norma também exige que as entidades implementem e divulguem campanhas que apresentem formas de identificar condutas ilícitas, além de disponibilizar canais de denúncia anônima.

"Implementar e divulgar campanhas educativas sobre as condutas e os comportamentos que caracterizam o assédio sexual e demais crimes contra a dignidade sexual e qualquer forma de violência sexual, com vistas à informação e à conscientização dos agentes públicos e da sociedade, de modo a possibilitar a identificação da ocorrência de condutas ilícitas e a rápida adoção de medidas para a sua repressão", diz um dos trechos da cartilha.

A lei do ano passado mudou a forma com que os órgãos públicos devem lidar com os casos de assédio sexual. A norma estabelece que o governo vai ser responsável por apurar eventuais retaliações feitas contra as vítimas, testemunhas e investigadores de crimes sexuais feitos no ambiente governamental.

Lula decidiu demitir Silvio Almeida após considerar que a permanência do ministro no governo era insustentável. A exoneração ocorreu um dia depois da ONG Me Too afirmar, em nota, que ele foi denunciado por assédio sexual por pessoas ligadas ao governo federal. A organização omitiu o nome das denunciantes sob o argumento de que era preciso protegê-las, mas assegurou ter o consentimento das vítimas para expor o assunto.

De acordo com o portal Metrópoles, uma das vítimas seria Anielle Franco. A ministra ainda não se pronunciou sobre o caso.

Por meio de uma nota oficial publicada pelo Ministério dos Direitos Humanos nesta quinta-feira, 6, Silvio Almeida rechaçou as acusações e disse que toda denúncia deve ser apurada, mas destacou a necessidade de provas.

"Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país", reagiu ele, em nota.

"Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro", completou.

Silvio Almeida também gravou um vídeo e postou mensagem em sua rede social, repetindo o teor do que havia escrito.

Almeida é o quarto ministro do governo Lula a cair desde o início do mandato. Ele e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias são os únicos demitidos por conta de denúncias veiculadas na imprensa.

Veja também

Militares indiciados pela PF queriam arrastar promotor e deputados para gabinete do golpe
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Militares indiciados pela PF queriam arrastar promotor e deputados para gabinete do golpe

Governadora Raquel Lyra anuncia licitação para duplicação de trecho da BR-232
PE na Estrada

Governadora Raquel Lyra anuncia licitação para duplicação de trecho da BR-232

Newsletter