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MINISTRO DE DIREITOS HUMANOS

Silvio Almeida reúne mensagens, vídeos e mobiliza aliados em contra-ataque a acusações de assédio

Ministro nega as denúncias recebidas pela organização Me Too Brasil

Ministro Silvio AlmeidaMinistro Silvio Almeida - Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

Alvo de acusações de assédio sexual recebidas pela organização Me Too Brasil, o ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) vinha reunindo nas últimas semanas uma série de informações para se defender de uma eventual denúncia que envolvesse a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Almeida, segundo interlocutores, guardou mensagens trocadas com Anielle, vídeos e solicitou gravações de câmeras de segurança de restaurantes onde esteve com a ministra. Com estas informações, segundo aliados, Almeida pretende mostrar que nunca se portou de maneira inapropriada com Anielle.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, o ministro chamou as acusações de "ilações absurdas" e disse que acionou a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso. O caso foi revelado pelo portal Metrópoles.

O ministro também mobilizou o Instuto Luiz Gama, formado por grupo de juristas, acadêmicos e militantes que atuam na defesa de causas populares de negros e os direitos humanos, para fazer a defesa pública de Almeida sobre o caso. Ele foi presidente da instituição antes de entrar no governo.

O Palácio do Planalto já tem conhecimento das movimentações de Almeida. Auxiliares de Lula avaliam que o ministro se preparou para o momento em que a denúncia viesse à tona e reuniu uma série de elementos para sustentar sua narrativa para os fatos.

Nas palavras de um auxiliar do Palácio do Planalto a par das discussões, Almeida, se cair, fará isso “atirando" e pretende acusar inclusive integrantes do governo de armarem contra ele. Integrantes do governo veem a situação como insustentável.

Lula chamou Silvio de Almeida para uma conversa na tarde desta sexta-feira. O encontro ocorrerá após Lula cumprir agendas em Goiânia. O presidente também ouvirá a ministra Anielle Franco.

Ministério aponta ‘interesses escusos’ de organização
A estratégia de reação também envolveu uma nota do Ministério dos Direitos Humanos. Assim que o caso veio à tona, a pasta disse que a organização Me Too Brasil demonstrou “interesses escusos” em uma licitação do governo federal.

“A organização responsável pela divulgação das supostas denúncias possui histórico relacional controverso perante as atribuições desta pasta. Diante das informações amplamente compartilhadas, a equipe ministerial verificou uma sequência de fatos que merece ser elucidada, em respeito ao povo brasileiro”, afirma a nota do ministério.

O ministério acusa a Me Too Brasil de ser contrária, em 2023, à separação dos serviços “Ligue 180” e “Disque 100”, decorrente da divisão da pasta em relação ao Ministério das Mulheres.

Diz também que por ser uma possível participante do processo licitatório para operar o serviço não poderia tentar alterar as regras pois “configuraria conflito de interesses”.

De acordo com a pasta, o Me Too Brasil fez uma nova tentativa “indevida de interferência no desenho da licitação”. Procurada, a organização não se manifestou sobre a acusação feita pelo ministério.
 

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