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INVESTIGAÇÃO

SP cria força-tarefa para apurar execução em Guarulhos e investiga PMs que faziam escolta

De acordo com Derrite, os criminosos tinham a intenção de colocar fogo no veículo usado no assassinato de Gritzbach, mas não o fizeram

Execução aconteceu na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo-GuarulhosExecução aconteceu na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos - Foto: Arne Müseler

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou nesta segunda-feira, 11, a criação de uma força-tarefa para apurar a morte do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, na sexta-feira, 8, no Aeroporto de Guarulhos.

A Polícia Federal também fará parte desta força-tarefa. O chefe da força-tarefa será o número dois da Secretaria de Segurança Pública, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário executivo da pasta.

De acordo com Derrite, os criminosos tinham a intenção de colocar fogo no veículo usado no assassinato de Gritzbach, mas não o fizeram. O automóvel, marca Volkswagen, modelo Gol, na cor preta, foi apreendido em Guarulhos, a poucos quilômetros do local do crime.

"Criminosos estavam com luvas, esconderam rostos, mas foi colhido material genético no veiculo", disse o secretário. Também foram apreendidos três fuzis e uma pistola.

Derrite confirmou que a conduta de quatro policiais militares que faziam a segurança de Gritzbach será investigada. "Celulares de PMs foram apreendidos e terão de explicar o que faziam. O simples fato de fazer serviço extracorporação não é permitido. E estavam fazendo isso para um criminoso. Não há que se falar só de transgressão disciplinar, mas de eventual conduta criminal dos policiais", disse Derrite.

"Nos não temos problema nenhuma em apurar e depurar desvios de conduta, seja na Polícia Militar ou na Polícia Civil. Ele (Gritzbach) fala de fatos de 2021 e 2022, antes de nossa chegada aqui", completou o secretário.

Segundo Derrite, alguns fatos chamam a atenção, como os policiais terem se atrasado em ir ao aeroporto. "Fazia um mês que a Corregedoria da PM investigava a escolta do Gritzbach", disse.

O crime
O empresário morto Antonio Vinicius Lopes Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações já feitas sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo, como mostrou o Estadão.

Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro da facção.

Uma dupla, com dois fuzis, realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido por dez balas em várias partes do corpo, como cabeça, tórax e braços.

Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos.

Gritzbach já havia sido alvo de um atentado na véspera do Natal de 2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela do apartamento onde mora, no Tatuapé, na zona leste paulistana, mas o autor errou o alvo.

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