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Rio de Janeiro

Com o temporal, centro histórico de Petrópolis vira lamaçal a céu aberto

Em meio à lama, funcionários da concessionária de energia elétrica tentavam religar a rede subterrânea para restabelecer a energia no Centro

Deslizamento de terra em Petrópolis, Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (16)Deslizamento de terra em Petrópolis, Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (16) - Foto: Carl Souza / AFP

O Centro histórico de Petrópolis virou um grande lamaçal a céu aberto. Pontos como a Avenida Koeler e a Praça Dom Pedro II foram completamente tomados pela lama e por uma grande quantidade de lixo arrastada pela água. Pontos turísticos, como a Casa da Princesa Isabel também foram afetados, com queda de um muro, que era tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico.

Em meio à lama, funcionários da concessionária de energia elétrica tentavam religar a rede subterrânea para restabelecer a energia no Centro. A força da água desligou a subestação responsável pelo fornecimento na região e os operários tentavam identificar o ponto onde houve a falha, mas sem dar previsão de retorno da luz.

Já na Avenida Koeler, praticamente todos os casarões históricos tiveram seus subsolos completamente inundados e por pouco a altura da água não atingiu os andares principais. Em um colégio e um banco que funcionam na rua funcionários tentavam salvar móveis e documentos atingidos pela água. Também na Avenida Koeler, a Casa da Princesa Isabel foi bastante atingida, com parte do muro caindo. A professora Marcela Martins olhava desolada para o cenário, lamentando a perda histórica para a cidade— Muito triste tudo isso, um lugar tão lindo, tão importante para a história do país, mas também mal cuidado. Isso tudo não é acidente, é descaso — afirmou.

Ali perto, a estátua de Dom Pedro II parecia olhar triste e contemplativa para a destruição na praça que leva seu nome. Totalmente tomada por lama e lixo atraiu a atenção dos pedestres, que lamentavam o ocorrido.

O palácio onde hoje funciona o Museu Imperial, construído no século XIX e utilizado como residência de verão da Família Real durante o Império, não sofreu danos. A administração informa que seu acervo está preservado, mas seus corredores serviram de abrigo a funcionários e visitantes — ilhados pela chuva — ao longo de toda madrugada. Mas, o entorno do Museu, teve deslizamentos de terra e, por isso, algumas dependências estão interditadas, como o refeitório e o vestiário dos funcionários.

O Museu Quitandinha, que fica diante do lago de mesmo nome, e é administrado pelo Sesc RJ, também não teve estragos, mas está fechado à visitação devido ao caos na cidade após as chuvas.

Petrópolis — cidade de Pedro — é uma cidade da Região Serrana do Rio de Janeiro que, como o nome indica, tem forte ligação com o imperador do Brasil. Fundada em 1843 por Pedro II, a cidade era o refúgio da Família Real durante o verão, com o clima mais ameno que na capital do Rio.

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