ELEIÇÕES EUA

Trump retoma campanha após suposta segunda tentativa de assassinato

Na segunda-feira, 16, o candidato disse que o suspeito do atentado "agiu em consequência" do discurso dos democratas Biden e Harris

O ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump falaO ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump fala - Foto: Robyn Beck / AFP

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, retoma a campanha eleitoral nesta terça-feira (17), dois dias após um suposto segundo atentado contra ele, pelo qual responsabilizou sua rival Kamala Harris, ao considerar que a democrata incita a violência contra ele.

Em uma entrevista divulgada nesta terça-feira, Kamala, de 59 anos, se disse "agradecida por ele estar bem".

"A violência política de qualquer tipo é inaceitável. Eu a condeno", declarou Kamala em uma entrevista a uma rede de emissoras de rádio da comunidade hispânica, crucial para as eleições de 5 de novembro.

Trump declarou na segunda-feira que o suspeito do suposto atentado contra ele "acreditou na retórica" do presidente Joe Biden e de Kamala, "e agiu em consequência" do discurso dos democratas.

"Orçamentos apertados" 
Durante a entrevista, Kamala detalhou medidas que podem atrair o eleitor latino, muito preocupado principalmente com questões financeiras.

"Mais de 25% das famílias latinas estão com os orçamentos apertados para comprar comida", reconheceu.

A democrata prometeu que, se vencer, combaterá o aumento dos preços das grandes empresas "que estão se aproveitando", construirá três milhões de novas casas, concederá auxílios para a compra da primeira moradia, reduzirá impostos para a abertura de negócios e ampliará o crédito fiscal por filho.

"Eu serei a presidente para todos os americanos. Não há espaço para ódio e divisão em nosso país", disse, reiterando que é hora de "virar a página da última década de políticas de divisão e extremismo", que, segundo ela, Trump promove.

Kamala viajará nesta terça-feira para a Pensilvânia, um dos estados mais disputados nas eleições, para um evento com a Associação Nacional de Jornalistas Negros (NABJ).

O ex-presidente Trump também concedeu uma entrevista a essa influente associação no fim de julho, na qual acusou Kamala, filha de pai jamaicano e mãe indiana, de "ter se tornado negra" por motivos eleitorais.

"As balas voam" 
"Devido a essa retórica da esquerda comunista, as balas voam, e isso só vai piorar!", disse Trump, de 78 anos.

O bilionário participará nesta terça-feira de um comício em Flint, uma cidade afetada pela crise do setor automotivo e tristemente conhecida por um enorme escândalo de contaminação da água potável com chumbo.

Trump e Harris percorrem os seis ou sete estados-chave, nos quais aparecem empatados nas pesquisas ou com uma vantagem muito ligeira para a democrata.

A vice-presidente baseia seu programa em poucos pontos: a promessa de uma "nova geração" e um "novo caminho" para o país, uma economia centrada na classe média e a proteção das liberdades fundamentais, incluindo o direito ao aborto.

Kamala condenou nesta terça-feira as leis restritivas sobre interrupção voluntária da gravidez nos Estados Unidos, após a publicação de um artigo do meio ProPublica sobre a morte de uma mulher de 28 anos na Geórgia (sul) porque não lhe fizeram uma curetagem a tempo.

"Essa jovem mãe deveria estar viva, criando seu filho e correndo atrás de seu sonho" de estudar enfermagem, afirmou.

Segundo o ProPublica, que consultou documentos confidenciais, esta é a primeira morte "evitável" desde que em 2022 a Suprema Corte, com maioria conservadora, principalmente desde o mandato de Trump, deixou a cargo de cada estado legislar sobre o direito ao aborto.

Tensão extrema 
A tensão em torno desta campanha, por si só fora do comum, aumentou no domingo.

Donald Trump já havia sobrevivido em julho a uma tentativa de assassinato quando um homem armado abriu fogo contra ele durante um comício na Pensilvânia.

No domingo à tarde, o republicano estava no campo de seu clube de golfe na Flórida (sul) quando vários agentes do Serviço Secreto "abriram fogo contra um homem armado" que estava próximo ao local. Trata-se de Ryan Routh, um americano de 58 anos.

Routh estava armado com um fuzil com mira telescópica e um equipamento de gravação de vídeo, mas, segundo a polícia, não disparou contra Trump. O homem fugiu do local, mas foi preso pouco depois.

"De repente ouvimos tiros, acho que quatro ou cinco, e pareciam balas", relatou Trump na segunda-feira, durante uma entrevista na plataforma X para falar de seu novo projeto de criptomoedas.

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