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Cinema

"Turma da Mônica - Lições": diverte, emociona e ensina

Sequência de "Turma da Mônica - Laços", primeiro filme da franquia dirigida por Daniel Rezende, estreia nesta quinta-feira (30) nos cinemas

'Turma da Mônica - Lições' estreia nesta quinta-feira (30) nos cinemas'Turma da Mônica - Lições' estreia nesta quinta-feira (30) nos cinemas - Foto: SerendiPity/Divulgação

Que continuidades no cinema causam apreensão de diretores, produtores e elenco, é fato. Sentimento extensivo aos fãs, quando se veem diante de uma sequência que pode (ou não) superar o antecessor. Aqui, o antecessor é “Turma da Mônica – Laços” (2019) e todo o espírito dos gibis impecavelmente levado para as telas pelo diretor Daniel Rezende, que volta a assinar a segunda graphic novel “Turma da Mônica – Lições”, adaptada para os cinemas a partir das ilustrações dos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, com estreia nesta quinta-feira (30) em cinemas de todo o País.

E novamente com maestria, a essência das HQs escritas por Maurício de Sousa vem à tona, dessa vez sob o incremento de novos personagens e consolidação da atuação indiscutível do quarteto Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Cascão (Gabriel Moreira) e Magali (Laura Rauseo) no segundo filme da franquia cuja narrativa leve, bem humorada e, sobretudo, emocionante, não há de passar despercebida.
 

Crédito: Serendipity Inc

 

E se a primeira produção trouxe ares de aventura na busca de Floquinho, cãozinho de Cebolinha perdido em uma floresta, “Lições” expõe uma turminha do Limoeiro mais madura e assertiva sobre laços de amizade que podem resistir a qualquer coisa para, no final, culminar no crescimento individual da “dona da rua”, Mônica, separada dos seus melhores amigos e do coelhinho Sansão, de Cebolinha e de Cascão, desprotegidos da amiga dentuça e que precisam se defender sozinhos e de uma Magali, solitária e obrigada a conviver com os seus “demônios da fome”. 

O "r", o banho e a gula
Papéis exercidos por cada um deles, imbuídos pelos personagens e com atuações que reafirmam o acerto na escolha do elenco – fato pacificado no primeiro filme, mas consolidado na sequência que demonstra evolução e conforto da turminha diante das câmeras, ora com Cebolinha usando corretamente a letra “R” ou Cascão frequentando aulas de natação, ou mesmo com Magali dando a si mesma a chance de controlar sua ansiedade por outros meios que não seja o seu apetite devastador. 

Lição de solidariedade
E coube à comilona fanática por melancia uma das cenas que serviram para contextualizar os tantos ensinamentos roteirizados no longa: a adoção por ela do abandonado gato Mingau, que nos quadrinhos já tem suas próprias páginas.

A propósito, sobre Maurício de Sousa, ficou também a cargo dele uma das (tantas) passagens que fazem rir e chorar. Ele, como “personagem” de sua própria história, surge como o “tio da cantina” que arranca gargalhadas quando vem com um “quem criou esse monstro?”, após os incontáveis pedidos de comida que Magali faz a ele, debruçada no balcão da lanchonete da escola. 

Assim como “Laços”, “Turma da Mônica – Lições” veio como um presente para os fãs nostálgicos da turminha e para admiradores mais recentes dos gibis de Maurício de Sousa, que além dos protagonistas, nesta sequência do filme também foram apresentados a personagens como Humberto (Lucas Infante) e Do Contra (Vinicius Higo) – com garantias de boas risadas e lições de vida quando os dois entram em cena. 

Elenco "redondo"
Milena (Emily Nayara), Pipa (Camila Brandão), Zecão (Fernando Mais), Rolo (Gustavo Merighi) e Tina (Isabelle Drummond) também cumpriram com destreza os seus papéis em pouco mais de 1h30 de um filme que soube mesclar o universo lúdico dos quadrinhos e a realidade que deveria pairar, inclusive, entre os adultos já crescidos - e que serviu de mote para o roteiro assinado por Mariana Zatz e Thiago Dottor - de que “É possível crescer sem deixar de ser criança”.

"Do Contra" garante cenas divertidas em "Lições"      Crédito: Serendipity Inc

Máxima que serve também para os fãs saudosos (e adultos) e que provavelmente vão criar interrogações em uma das cenas pós-crédito: a aparição (quase) despretensiosa de Chico Bento. Uma pista para a terceira produção da franquia? Ah, as continuidades dos cinemas... E dessa vez com a curiosidade dando lugar à apreensão.

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