Sanções

EUA impõem novas sanções econômicas à Rússia, com foco ao setor de energia

Departamento de Comércio propõe restrições às exportações de tecnologia que apoiariam a capacidade de refino da Rússia a longo prazo, informa Casa Branca

Joe BidenJoe Biden - Foto: Drew Angerer / Getty Images North America / AFP

Os EUA anunciaram nesta quarta-feira (2) mais uma onda de penalidades econômicas contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia, incluindo controles de exportação destinados à indústria de petróleo e gás do país, marcando o passo mais significativo dos EUA para atingir o setor de petróleo da Rússia, a força vital da economia do país.

Em entrevistas na televisão, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que, embora Washington ainda esteja considerando atacar o vasto setor de energia de Moscou por causa da invasão russa da vizinha Ucrânia, o impacto nos mercados globais de petróleo e nos preços da energia dos EUA foi um fator-chave.

O presidente Biden e outros líderes evitaram em grande parte sancionar diretamente a indústria de petróleo da Rússia, alertando que interrupções no fornecimento podem levar a aumentos nos preços da energia. A Casa Branca lançou os novos controles de exportação de equipamentos de extração de petróleo e gás usados pela Rússia como um esforço de longo prazo para enfraquecer a indústria petrolífera russa.

"Os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros não têm interesse estratégico em reduzir o fornecimento global de energia – e é por isso que reduzimos os pagamentos de energia de nossas sanções financeiras. Mas nós e nossos aliados e parceiros compartilhamos um forte interesse em degradar o status da Rússia como principal fornecedor de energia ao longo do tempo", diz o comunicado da Casa Branca.

A Rússia é responsável por 7,5% das exportações mundiais de petróleo, o que fez com que o Ocidente evitasse impor sanções ao setor que proibisse empresas de comprá-los.

Contudo, companhias têm se recusado a adquirir os produtos ou a transportá-los, o que contrubiu para a alta forte nos preços nesta quarta-feira. O petróleo tipo Brent, referência no mercado internacional, encostou em US$ 114, e o gás natural disparou 60% na Europa.

Os Estados Unidos e outras grandes economias concordaram em um esforço coordenado para liberar reservas de petróleo depois que a invasão da Ucrânia pela Rússia pressionou os preços da commodity para acima de US$ 100.

De acordo com o governo americano, não há interesse em diminuir o fornecimento global de energia, mas o objetivo é reduzir o status da Rússia como principal fornecedor ao longo do tempo, "protegendo os consumidores americanos".

O país ressaltou que mais de 30 países anunciaram sanções e controles de exportação à Rússia. "Estamos impedindo Putin de acessar seu baú de guerra para amenizar o golpe de nossas ações e apoiar sua invasão da Ucrânia", diz o comunicado da Casa Branca.

Entre as sanções desta quarta-feira, o Departamento de Estado informou que imporia bloqueio total a 22 entidades russas relacionadas à defesa, incluindo empresas que fabricam aeronaves de combate, mísseis e veículos de combate de infantaria. A Casa Branca não nomeou as empresas.

O Departamento de Comércio também expandirá seus controles de exportação na Bielorrússia em um esforço para inibir a capacidade do país de ajudar a Rússia em sua invasão, disse o texto. Os controles de exportação tornarão mais difícil para a Bielorrússia desviar tecnologia, produtos e software importantes para a Rússia.

Joe Biden alertou que pode bloquear o petróleo russo se Moscou continuar sua agressão contra Kiev. No entanto, Psaki disse que a Casa Branca está considerando como isso pode abalar os mercados.

"Isso é algo que pesamos muito", disse ela à CNN separadamente.

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