Greve dos rodoviários: "A adesão é forte", afirma presidente do sindicato
Categoria se reúne para traçar próximos passos do movimento paredista
O Sindicato dos Rodoviários faz um balanço positivo do início do primeiro dia de greve da categoria, que teve início à 0h desta quarta-feira (26). Segundo o presidente da entidade, Aldo Lima, a adesão ao movimento paredista é "forte". A paralisação foi aprovada em assembleia na última quinta-feira (20) e mantida após rodadas de negociação com a classe patronal mediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) esta semana.
Apenas 27% da frota dos ônibus em circulação estava em circulação às 6h, segundo informou o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE). O número não atende à exigência feita pelo Grande Recife Consórcio de Transporte, que é de 80% nos horários de pico e 50% nos fora pico.
"Não existe 80% da frota hoje em dias normais, imagina hoje que é dia de greve", rebate Aldo Lima, que completa: "O direito de greve é um direito garantindo. Não temos preocupação com essa questão da nota [do Grande Recife], estamos preocupados em manter a categoria forte, mobilizada e unida".
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Segundo Aldo Lima, a adesão à greve varia entre as empresas operadoras de ônibus. "Tem empresa que a gente conseguiu uma força maior, outras razoável. A adesão é forte", garante o presidente do sindicato, que se queixa de motoristas freelancer, contratados pelas empresas de forma pontual para cobrir os profissionais em greve.
Os próximos passos do Sindicato dos Rodoviários serão de discutir as táticas para seguir a greve. "Não tem negociação", completa Aldo Lima. Algumas garagens chegaram a ser fechadas, bem como terminais. Longas filas são registradas em paradas e também nas integrações.
A categoria pede, entre outra reivindicações, reajuste salarial que chegue a 10% incluindo a inflação e o ganho real, e gratificação de R$ 500 ao motorista pelo acúmulo da função de cobrador — apesar de esta ser uma prática condenada pelo sindicato.
"A Urbana-PE reforça ainda que solicitou ao TRT-6 o julgamento do dissídio de greve e que envidará todos os esforços necessários para cumprir as determinações legais e para manter o serviço de transporte público por ônibus em operação com segurança e responsabilidade", afirmou a Urbana-PE.