GRANDE RECIFE

Membros de grupo criminoso liderados por mandante do assassinato do MC Boco do Borel são presos

De acordo com a Polícia Civil, a organização atuava no comércio ilegal de armamento para traficantes de outras facções

MC Boco do BorelMC Boco do Borel - Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Civil de Pernambuco efetuou a prisão de 14 membros de uma organização criminosa que atuava em casas de veraneio de Serrambi, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), por suspeita de fornecerem armamento para traficantes e oferecerem treinamento para eles de como utilizar esses materiais. 

Ainda de acordo com a corporação, o líder do grupo, que já está preso, é o mandante do assassinato do MC Boca do Borel, em dezembro de 2021. Ele estava fazendo um show em Ipojuca quando foi surpreendido por um homem, que efetuou vários disparos de arma de fogo contra o cantor.

"As nossas investigações começaram após a identificação do líder do grupo, que já responde por sete mandados de prisão. Ele é dado como o mandante do assassinato do MC Boca do Borel, em 2021, que também já teve o executor preso. Ao analisarmos os crimes desse mandante, constatamos que ele comandava uma facção criminosa e nossas atenções se voltaram para isso", começou o delegado adjunto da 3° DPRM, Marcos Castro.

"Conseguimos identificar os outros membros do grupo que obtiveram, junto ao Exército, o certificado de CAC como atiradores esportivos e, por meio dele, conseguiam adquirir armamentos licitamente que eram repassados para outras facções criminosas e traficantes. Nessas transações, identificamos que foram repassadas diversas pistolas e rifles, além de uma quantidade incalculável de munições", completou.

De acordo com a corporação, após o repasse do armamento, o grupo ainda chegava a prestar Boletim de Ocorrência com a indicação de que essas armas teriam sido furtadas e, a partir disso, adquiriam novas para continuarem fazendo as transações. 

"Nós identificamos também a funcionária de uma loja de armamento que atuava na facilitação da venda de munições para essas facções e também verificamos que parte dos memrbos atuavam como despachantes. Eles selecionavam pessoas que não tinham antecedentes criminais que auxiliavam no processo de expedição do CAC para que continuassem fazendo o repasse ilegal", ressaltou o delegado.

A Polícia Civil expediu 14 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. Foram apreendidos sete armas de fogo, com duas submetralhadoras inclusas; 279 munições e 4.746 (espoletas e projéteis); 1,34kg de pólvora; R$ 12.802,00 em espécie; 3 tabletes de maconha e 64 bigs; 34 pedras de crack; aparelhos celulares, balança de precisão, máquina de recarga de munição e um veículo.

Dos indivíduos presos nesta operação, três já estavam reclusos no sistema prisional e os outros 11 seguem detidos enquanto aguardam julgamento. Eles respondem por diversos crimes, como organização criminosa, tráfico por associação, porte, posse e comércio ilícito de drogas, entre outros.

Relembre o caso
O cantor pernambucano de brega funk Paulo Roberto Gonçalves Cavalcanti, conhecido como MC Boco do Borel, foi morto a tiros na madrugada do dia 26 de dezembro de 2021 enquanto realizava um show em um bar em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Um homem, usando uma touca ninja na cabeça, foi à frente do placo e efetuou diversos disparos de arma de fogo contra a vítima.

Boco do Borel, que tinha 34 anos, chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serrambi, mas não resistiu. Ele deixou uma companheira e quatro filhos.

Em fevereiro de 2022, um homem foi preso sob suspeita de matar o cantor. De acordo com o delegado Marcos Castro, durante a coletiva de imprensa desta quinta-feira (14), tanto o executor do artista, quanto o mandante, seguem detidos.
 

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