Logo Folha de Pernambuco

Opinião

A milenar arte circense que encanta

O circo surgiu na Roma Antiga, há mais de dois mil anos. As lúdicas habilidades humanas descobertas se transformaram em divertimento para o povo. O Coliseu foi palco pioneiro. Da Cidade Eterna, os romanos levaram a nova arte às terras estrangeiras ocupadas, popularizando-a.

Com o tempo, o circo se tornou uma atividade organizada de entretenimento, com o apelo da cultura popular. O nomadismo é uma característica básica, assim como a estrutura móvel operacional. Desperta uma grande curiosidade sua vida itinerante, sempre caminhando, de cidade em cidade.

No restrito ambiente circense a vida transcorre como num município. Possui hábitos próprios, com essência de cidadania. Para manter-se em funcionamento, há muito trabalho a se fazer, diuturnamente, incluindo os exaustivos ensaios das atrações. Enfim, são pessoas, de diferentes origens, reunidas; famílias e profissionais, com seus sentimentos, que vivem para um objetivo em que a contiguidade é fundamental ao planejado - proporcionar lazer a terceiros, com base num conjunto de especialidades artísticas, capacitadas por homens e mulheres, mundo a fora, às mais diversas localidades. 

São distintos protagonistas. Palhaços. Trapezistas. Malabaristas. Ilusionistas. Acrobatas. Equilibristas. Bailarinas. Azes do globo da morte. Cada quadro adequado ao seu tempo, com dinamismo e toques de modernidade, jogos de luzes e músicas, sem abdicar da tradição.
       
Sair de casa para assistir o circo é sonhar com a alegria. Embaixo da mítica lona é comum, ao espectador, em si, também se achar parte do espetáculo. O desempenho de cada personagem, no picadeiro (ainda podemos chamar assim), provoca uma empatia nas crianças, nos jovens e nos adultos - não é difícil sentir o deleite dessa experiência.

A Cidade do Recife tem uma bela correlação com os circos, que, historicamente, sempre nos procuraram. Aqui, em 1996, foi fundada a Escola Pernambucana de Circo, fato que revela essa afinidade. Em nossa cultura, a influência circense pode ser vista, até de modo subliminar, nas artes de figuras como Ariano Suassuna, J. Borges, Ivanildo Vilanova, Antonio Nóbrega, Velho Faceta, Véio Mangaba.
              
Toda essa magia do circo chegou a ser capturada pela sétima arte. Primeiro por Charles Chaplin, o querido Carlitos, com o genial cômico O Circo (1928), filme de eterno sucesso. Posteriormente, o célebre cineasta Cecil B. DeMille produziu e dirigiu o premiado épico O Maior Espetáculo da Terra (1952).

No presente momento, estamos com dois circos realizando temporadas no Recife. O Maximus, no bairro da Imbiribeira, no pátio do Centro Universo, e o Cirque Amar, no Memorial Arcoverde, na divisa com a cidade de Olinda. Ambos reconhecidos por oferecerem ao “respeitável público” espetáculos de qualidade, com muita alegria, até porque, como diz a personagem “Compadecida”, de Ariano, “quem gosta de tristeza é o diabo”.



*Administrador de Empresas e escritor 
[email protected]



- Os artigos publicados nesta seção não refletem necessariamente a opinião do jornal. Os textos para este espaço devem ser enviados para o e-mail [email protected] e passam por uma curadoria para possível publicação. 

        

Veja também

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel
POSICIONAMENTO

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido
FAMÍLIA REAL

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido

Newsletter