Pesquisa

Abordagem humanizada de cuidados reduz a internação hospitalar de bebês expostos a opioides

Chamado de 'comer, dormir e consolar', o método estimula a presença dos pais nos cuidados e diminui em até 63% o uso de medicamentos no tratamento

Estima-se que pelo menos um recém-nascido é diagnosticado com a síndrome de abstinência neonatal de opioides a cada 24 minutos nos EUA Estima-se que pelo menos um recém-nascido é diagnosticado com a síndrome de abstinência neonatal de opioides a cada 24 minutos nos EUA  - Foto: Reprodução/Unsplash

Pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano Americano descobriram que a abordagem de cuidados “comer, dormir e consolar” (ESC) é mais eficaz do que usar a Ferramenta de Pontuação de Abstinência Neonatal Finnegan (FNAST), pois ela ajuda reduzir a internação hospitalar e a necessidade de medicação entre bebês expostos a opioides.

A ESC prioriza abordagens não farmacológicas de cuidado, como um ambiente de baixa estimulação, enfaixamento, contato pele a pele e amamentação, além de incentivar o envolvimento dos pais no cuidado e avaliação de seus bebês. Enquanto o FNAST, um extenso sistema de pontuação que avalia sinais de abstinência em mais de 20 áreas, incluindo a síndrome de abstinência neonatal de opioides (NOWS), cujo sintomas em recém-nascidos podem incluir: tremores; choro excessivo; irritabilidade; problemas para dormir e se alimentar.

No estudo, os pesquisadores inscreveram 1.305 bebês em 26 hospitais dos Estados Unidos. Em média, as crianças atendidas com ESC estavam clinicamente prontas para alta após uma média de oito dias, enquanto as crianças cuidadas com FNAST estavam clinicamente prontas para alta após 15 dias, com uma diferença média de 6,7 dias entre os dois grupos.

A pesquisa também avaliou se os recém-nascidos receberam medicamentos opioides para controlar seus sintomas. Bebês tratados com ESC tiveram cerca de 63% menos probabilidade de receber opioides (19,5% no grupo ESC receberam medicação opioide, em comparação com 52% no grupo FNAST).

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Os resultados de segurança aos três meses de idade foram semelhantes entre os dois grupos. As descobertas atuais foram publicadas no New England Journal of Medicine.

"O atendimento médico para recém-nascidos expostos a opioides durante a gravidez varia muito entre os hospitais. Estas descobertas são um passo importante em direção à orientação padrão baseada em evidências para o cuidado dessas crianças”, afirmou Diana W. Bianchi, diretora do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD), que liderou o estudo.

A abordagem de cuidados ESC foi desenvolvida há cerca de oito anos e está crescendo em popularidade em alguns berçários, mas não foi rigorosamente testada em uma grande população. As avaliações do ESC são centradas na capacidade do bebê de comer, dormir e ser consolado, e a abordagem mantém a mãe e o bebê juntos, permitindo que as famílias desempenhem um papel maior no cuidado de seus bebês.

Estima-se que pelo menos um recém-nascido é diagnosticado com a síndrome de abstinência neonatal de opioides a cada 24 minutos nos Estados Unidos.

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