Rio de Janeiro

Ação iniciada nas orlas do Rio pretende recolher um milhão de pontas de cigarros

Em primeiro dia de mutirão, 200 voluntários recolheram seis mil resíduos da Praia do Leme, na Zona Sul da cidade

Em primeiro dia de ação, grupo coleta seis mil bitucas de cigarro da Praia do Leme, na Zona Sul do RioEm primeiro dia de ação, grupo coleta seis mil bitucas de cigarro da Praia do Leme, na Zona Sul do Rio - Foto: Ernesto Carriço/Divulgação

Um movimento ambiental iniciado neste sábado pretende recolher um milhão de bitucas de cigarro largadas pelas areias das praias do Rio até o fim de 2024. Neste primeiro dia, 200 voluntários participaram do mutirão de limpeza na Praia do Leme, na Zona Sul da cidade, que recolheu seis mil guimbas de cigarro — consideradas as maiores poluentes de praias e oceanos.

O projeto tem apoio da concessionária Orla Rio e do instituto Route Brasil. A iniciativa prevê ações mensais em diversos pontos da capital fluminense para o próximo ano. A ideia, segundo o criador e coordenador do projeto, Bernardo Egas, é realizar também mutirões subaquáticos. Para auxiliar no trabalho, quiosques disponibilizarão kits de limpeza para incentivar a participação das pessoas.

— Temos as praias mais lindas do mundo, mas incompatíveis com suas faixas de areia sujas. A limpeza da orla sempre foi um tema muito importante para mim. Por isso, comecei a ação sozinho, catando bitucas durante uma hora por dia, por um mês, nas praias do Leme e de Copacabana. E o movimento surgiu, com a chegada de voluntários e amigos. Em 30 dias, 25 mil guimbas de cigarro foram retiradas das areias da orla — ressaltou Egas.

A preocupação de ambientalistas e amantes da natureza não é para menos. Segundo um estudo inédito, feito em 2020 pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os banhistas que frequentam as praias no país dividem espaço, em média, a cada trecho de 8 quilômetros, com mais de 200 mil bitucas de cigarro.

De pontas de cigarro a pranchas de surfe
A ambientalista Adriana Cassas, que uniu o projeto que realiza, Rebituca Rio, à Revolução das Bitucas, acredita que o trabalho em conjunto seja fundamental para diminuir o descarte das guimbas nas areias da orla. 

— Estamos dando a destinação correta para as bitucas, que são transformadas em objetos, como pranchas de surfe e bituqueiras, que podem ser distribuídas para os quiosques oferecerem a seus clientes fumantes, evitando que joguem as guimbas nas areias — contou.

Custo da limpeza
Um projeto de lei (PL 2.635/2023), de autoria do deputado federal Marcelo Queiroz, tramita na Câmara dos Deputados para tornar as empresas fabricantes de cigarro responsáveis pelos custos de limpeza das bitucas lançadas nas ruas e praias. A ideia é que sejam estabelecidas medidas de prevenção e reciclagem dos resíduos:

— Nada mais justo do que as empresas produtoras se responsabilizarem pelo dano ambiental que as bitucas causam. A questão da logística reversa já funciona no Brasil, mas o setor tabagista ainda não foi regulamentado. É uma medida que já funciona na Espanha, por exemplo. Não tem sentido, nos dias de hoje, termos cartões-postais, como as nossas praias, tomados por guimbas de cigarro — explicou o deputado.

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