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Pandemia

Acesso desigual às vacinas pode fragilizar combate à mudança climática

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda existem 41 países que conseguiram vacinar apenas 10% de sua população

Vacinação na África do SulVacinação na África do Sul - Foto: Lucas Sola/AFP

As grandes desigualdades no acesso às vacinas anticovid podem enfraquecer a luta por grandes causas internacionais, como as mudanças climáticas - alertou o Fórum Econômico Mundial nesta terça-feira (11).

As discrepâncias em nível global na distribuição das vacinas "criará tensões - dentro dos Estados e entre Estados -, o que poderá agravar os efeitos da pandemia e complicar a coordenação necessária para enfrentar os desafios comuns", alertou a organização, com sede em Genebra, na 17ª edição de seu "Global Risk Report", publicado nesta terça. 

Entre os desafios que podem criar "lacunas sociais e tensões geopolíticas", o Fórum cita a ação climática, a melhoria da segurança digital, a coesão social e a competição espacial. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda existem 41 países que conseguiram vacinar apenas 10% de sua população, enquanto outros 98 conseguiram vacinar apenas 40%. Em contraste com os países ocidentais, onde a cobertura vacinal anticovid às vezes chega a 80%.

E, no entanto, bilhões de doses foram produzidas no ano passado. Mas os diferentes mecanismos de distribuição, como o dispositivo Covax (menos de 10% das doses administradas no mundo) implementado pela OMS para garantir a vacinação em países de baixa renda, mostraram-se ineficazes. 

Sem coordenação suficiente, "uma transição climática desordenada [...] dividirá ainda mais os países e separará as sociedades", observa a instituição em seu relatório. 

O Fórum também lista os dez maiores riscos para o planeta na próxima década, resultado de muitas entrevistas com especialistas internacionais. Cinco destes riscos estão relacionados às mudanças climáticas.

Além disso, as baixas taxas de vacinação em algumas áreas também "afetarão a disponibilidade e a produtividade dos trabalhadores, interromperão as cadeias de distribuição e enfraquecerão o consumo", exatamente quando a inflação é alta, e o comércio mundial continua sendo atingido pela escassez.

Até 2024, os países em desenvolvimento, exceto a China, estarão 5,5% abaixo do nível de crescimento previsto antes da pandemia, enquanto as economias mais avançadas terão superado essas previsões em 0,9%, segundo o Fórum. 

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