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Acidente rodoviário deixa 53 migrantes mortos no México

A tragédia aconteceu entre a cidade de Chiapa de Corzo e a capital Tuxtla Gutiérrez

O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, indicou que as vítimas são de diversos paísesO chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, indicou que as vítimas são de diversos países - Foto: Gabriela Coutino/ AFP

A busca desesperada por chegar aos Estados Unidos foi responsável por uma nova tragédia: 53 migrantes centro-americanos morreram em um acidente de caminhão no sul do México.

Outras três pessoas ficaram feridas gravemente, informou o Ministério Público (MP) em comunicado, no qual anunciou que sua unidade de direitos humanos assumiu a investigação. Um balanço prévio de autoridades regionais registrou dezenas de feridos.

O acidente aconteceu em uma estrada do estado de Chiapas, principal ponto de acesso de viajantes sem documentos, quando o caminhão em que viajavam se chocou contra um muro, supostamente por excesso de velocidade.

Cobertos com lençóis brancos, os cadáveres foram dispostos em fila na estrada, em meio a uma intensa mobilização de paramédicos e autoridades, observou a AFP.

"Lamento profundamente a tragédia causada pelo capotamento de um caminhão em Chiapas que transportava migrantes centro-americanos. É muito doloroso. Abraço as famílias das vítimas", escreveu no Twitter o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

"Me solidarizo com os familiares das vítimas, a quem oferecemos toda a assistência consular necessária, inclusive com repatriações", declarou o presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, na mesma rede social.

O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, indicou que as vítimas são de diversos países.
 

"Com base nos depoimentos dos sobreviventes (...), a maioria deles é da Guatemala”, informou Luis Manuel García, diretor estadual de Proteção Civil.

A tragédia ocorreu três dias depois da reativação por ordem judicial de um programa dos Estados Unidos que obriga os migrantes a esperar no México por uma resposta aos seus pedidos de asilo.

Os feridos foram levados para hospitais públicos e particulares, enquanto o Instituto Nacional de Migração informou que trabalha para "identificar os corpos, cobrir os gastos com os funerais e facilitar a repatriação dos cadáveres".

Também ofereceu "atenção humanitária" e ações para regularizar a situação migratória dos sobreviventes.

Imagens exibidas na televisão mostraram ambulâncias, bombeiros e equipes de resgate no local, enquanto alguns migrantes em choque aguardavam por atendimento médico.

A tragédia aconteceu entre a cidade de Chiapa de Corzo e a capital Tuxtla Gutiérrez.

"Precisamos de alternativas migratórias e vias legais para evitar tragédias como esta", afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

O transporte de migrantes em caminhões é um dos métodos mais comuns usados pelos traficantes para deslocar as pessoas pelo território mexicano, com o objetivo de chegar à fronteira norte do país e tentar atravessar para os Estados Unidos.

Esta modalidade também é uma das mais temidas, afirmaram à AFP viajantes na fronteira entre México e EUA.

De acordo com os depoimentos, os migrantes passam horas trancados em cabines sem ventilação e evitando beber água para não ter que urinar, sem que os motoristas respondam a seus pedidos para interromper a viagem e impedir que morram sufocados. Alguns falecem durante o trajeto.

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