Acordo inédito entre China e EUA pode frear a importação ilegal de fentanil
Segundo integrantes da Casa Branca afirmaram à CNN, a sinalização de Xi sobre o tema é positiva
O encontro entre os líderes das duas maiores economias do planeta, EUA e China, nesta quarta-feira (15), deverá render a criação de um grupo de trabalho voltado ao combate às drogas.
Na reunião com Xi Jinping, em São Francisco, na Califórnia, o presidente americano Joe Bieden afirmou que boa parte dos produtos usados para a fabricação de fentanil, substância que vem provocando uma crise de saúde pública no país, vem da China.
Segundo integrantes da Casa Branca afirmaram à CNN, a sinalização de Xi sobre o tema é positiva. O presidente chinês garantiu que apertará a fiscalização sobre as empresas do setor para frear a produção ilícita do fentanil.
Como parte do acordo, os Estados Unidos devem suspender as restrições sobre determinadas instituições forenses da China.
Leia também
• Saúde menstrual, uma aliada para além "daqueles dias"; veja o que consumir para otimizar efeitos
• Arquimed Saúde tem como meta o bem-estar do paciente em todos os momentos da vida
• Geap Saúde: atual gestão busca melhorias e apresenta um novo momento para beneficiários
O fentanil é o analgésico opióide sintético mais potente disponível para uso em tratamento médico disponível atualmente. Ele é cerca de 100 vezes mais potente que a morfina e 50 vezes mais potente que a heroína.
De acordo com o Centro de Controle de Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), apenas em 2021, o fentanil esteve por trás de mais de 70 mil mortes por overdose no país, se tornando a principal causa de mortes evitáveis entre pessoas de 18 a 45 anos nos EUA, acima de suicídio, acidentes de trânsito e violência armada.
Além dos preços baixos nas ruas, viabilizados pelas operações comandadas por cartéis mexicanos, uma cultura criada pela própria indústria farmacêutica, a dos opióides, nos anos 1980, contribui para um cenário classificado como catastrófico por especialistas e autoridades.
Há alguns meses, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que quase 110 mil americanos morreram de overdose de drogas no ano passado; dois terços dessas fatalidades envolveram opioides sintéticos, o assassino número um de americanos de 18 a 49 anos. É "um problema que nenhum país pode resolver sozinho", disse ele.
A China proibiu todas as variantes de fentanil em 2019, cumprindo a promessa do presidente Xi ao ex-presidente Donald Trump. Como resultado, as exportações diretas de substâncias químicas relacionadas ao fentanil para os Estados Unidos despencaram.
Na prática médica, ele é indicado para anestesia em alguns tipos de cirurgia, como para pacientes submetidos à cirurgia cardíaca ou com função cardíaca deficiente; e como analgésico para tratamento da dor quando outros medicamentos para dor foram ineficazes ou não podem ser usados.
O fentanil é um medicamento opióide e, tal como acontece com outros medicamentos da mesma classe, ele atua diretamente no sistema nervoso central, interrompendo a forma como os nervos sinalizam a dor entre o cérebro e o corpo