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Caso Sperança

Acusação diz que arrependimento da ré é "estratégia de defesa": "Ela é dissimulada e má"

Acusação diz que arrependimento da ré Ana Terezinha, diante do júri, é "estratégia de defesa": "Ela é dissimulada e má"

Ana Terezinha Zanforlin, ré acusada pela morte do maridoAna Terezinha Zanforlin, ré acusada pela morte do marido - Foto: Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

O terceiro dia do julgamento de Ana Terezinha Zanforlin e Adriana Lima, acusadas de serem mandantes da morte do professor universitário Paulo Augusto Sperança, ocorrida em 2010 no Recife, começou na manhã desta quinta-feira (7). 

A sessão, que acontece no Fórum Thomaz de Aquino, no Centro do Recife, iniciou nesta quinta com a acusação, afirmando que Terezinha é uma pessoa covarde e que foi a mandante intelectual por trás do crime, assim como Adriana.

A equipe de acusação afirmou que Ana Terezinha Zanforlin é uma pessoa dissimulada e má, que mente compulsivamente e que o arrependimento mostrado pela ré no segundo dia de sessão não passa de uma estratégia da defesa. 

Segundo a acusação, os dois homens que cometeram o crime, Adolfo Berto Soares e José Amaro de Souza Filho, chamado de Zé Costurado - condenados a 18 anos de prisão em 2012 e presos -, relataram frieza por parte de Ana Terezinha e disseram possuir medo dela e de Adriana Lima. 

Os advogados afirmaram que um ex-marido de Ana Tereznha indicou que a acusada mente de maneira compulsiva e ardilosa e um ex-amante contou que já tinha convicção da culpa de Terezinha e de sua advogada, atestando a frieza da mulher. 

“O caso é sério, requer atenção do conselho de setença. Trata-se de um quarteto da morte, um quarteto criminoso”, falou a equipe de acusação. Eles defendem que o crime foi premeditado e realizado com a intenção de lucrar com o dinheiro do seguro de vida do professor, que era casado com Ana Terezinha. 

A acusação disse que, após o crime, Ana Terezinha foi “conferir” se Paulo estava realmente morto, mostrando mais de sua personalidade.

A equipe atestou ainda que o que Ana afirma, de que vivenciava um relacionamento abusivo e desleal, não é válido, uma vez que a própria ré tinha relações extra conjugais.

Durante duas horas e meia de argumentação, o Ministério Público de Pernambuco pediu a condenação da psicóloga Ana Terezinha Zanforlin e da advogada Adriana Lima. Na última hora da argumentação, o promotor José Edvaldo da Silva mostrou imagens da missa em homenagem a Paulo, realizada pouco após a morte, e falou sobre a frieza da viúva, presente na igreja e até então não suspeita de ser a autora intelectual do crime. 
 
A promotoria também exibiu trechos do depoimento dado por Ana Terezinha nessa quarta-feira (6), em que ela confessa ter planejado a morte do marido. “Elas são autores intelectuais, aqueles que planejam a ação criminosa”, disse. 
 
“Adriana atuou antes, durante e depois do crime”, comentou o promotor, afirmando que foi ela quem levou o dinheiro como pagamento para os dois homens que executaram o crime. 

Homicídio triplamente qualificado 
De acordo com o promotor, o crime deve ser julgado levando em consideração três qualificadoras. “O Ministério Público pede a condenação por homicídio triplamente qualificado, motivação fútil, torpe, e recurso que impossibilitou a defesa da vítima”, disse. Silva também frisou que foram quatro pessoas agindo contra uma. 
 
Em seguida, o advogado Flávio Santana também apresentou suas considerações reforçando o pedido de condenação. “Eu não estou aqui como advogado de acusação, como costumam dizer. Estou como advogado de defesa de quem foi brutalmente morto. Defesa de quem foi morto com extrema covardia pelo tanto de facadas que levou”, disse, chegando a se emocionar durante a argumentação.
 
Após a fala da acusação, o juiz Abner Apolinário, que preside o Tribunal do Júri, declarou o intervalo da sessão, que retorna no início da tarde. De acordo com o magistrado, a defesa terá as mesmas duas horas e meia para argumentação e, após, a acusação terá até duas horas de réplica e a defesa até duas horas de tréplica.
 
Terminada a fase de debates, o júri se reúne para decidir sobre a condenação ou absolvição das acusadas e o juiz lê a sentença final.

Relembre o caso
O crime ocorreu em agosto de 2010. Paulo Augusto foi morto a facadas dentro do consultório psicológico da esposa, no bairro da Torre, Zona Oeste do Recife. O corpo foi encontrado dias depois, dentro do carro dele. 

Em 2012, dois homens que mataram o professor e confessaram o crime, Adolfo Berto Soares, de 40 anos; e José Amaro de Souza Filho, de 45 anos, foram condenados a 18 anos de prisão. Ana Terezinha e a advogada Adriana Lima Castro são acusadas de serem as mandantes intelectuais do crime.

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