Acusado de atentado a semanário francês Charlie Hebdo apresenta recurso de cassação
Ataque à redação do semanário francês ocasiou em 17 mortes
Um homem condenado à prisão perpétua em apelação por ter ajudado os atacantes do semanário satírico Charlie Hebdo e de um supermercado judaico na França em janeiro de 2015, apresentou um recurso de cassação, anunciaram seus advogados nesta quinta-feira (27).
Ali Riza Polat "apresentou um recurso de cassação", indicaram Moad Nefati e Rachid Madid à AFP.
Em 20 de outubro, após uma audiência de seis semanas, a decisão do Tribunal Especial de Avaliação de Paris condenou em apelação o franco-turco de 37 anos à prisão perpétua.
Leia também
• Atentado reivindicado pelo Estado Islâmico deixa 15 mortos no Irã
• EUA honra memória das vítimas do 11 de setembro no 21º aniversário do atentado
• Estado Islâmico reivindica autoria de atentado em Cabul
O tribunal o considerou culpado de cumplicidade nos dezessete assassinatos perpetrados pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi e Amedy Coulibaly entre 7 e 9 de janeiro de 2015 na redação do Charlie Hebdo, em Montrouge e no Hyper Cacher.
"Para o tribunal, não há dúvida (...) de que Ali Riza Polat era de fato culpado, (...) com pleno conhecimento dos fatos, de cumplicidade em atos de terrorismo cometidos de forma conjunta pelos irmãos Kouachi e Amedy Coulibaly, prestando a este último assistência permanente na preparação de seus atos e na coleta dos meios para cometê-los", justificaram os juízes.
Em primeira instância, em dezembro de 2020, o tribunal não acatou as requisições da Promotoria e pronunciou uma sentença de trinta anos de prisão contra Ali Riza Polat. Este último, que sempre alegou que "não era um terrorista", recorreu da decisão.
Esses ataques marcaram o início de uma onda mortal de ataques islâmicos em toda a Europa, principalmente o massacre alguns meses depois na casa de shows Bataclan e em bares e cafés de Paris em novembro de 2015.